A violência doméstica é uma realidade muito mais comum do que se costuma imaginar e que atinge mulheres de todas as classes sociais. Recentemente, a atriz e ex-modelo Luiza Brunet causou comoção ao revelar que também é uma vítima dessa prática.
Na última sexta-feira, ela afirmou, por meio de nota, ter sofrido “violências físicas e psicológicas gravíssimas” por parte de seu ex-marido, o empresário Lírio Albino Parisotto. Como prova das agressões, a atriz apresentou laudos médicos e fotografias de hematomas.
Violência contra a mulher no Brasil é alarmante
Desde que a Lei Maria da Penha entrou em vigor, no ano de 2006, houve significativos avanços no combate à prática: entre a data de sua criação e o ano de 2013, o número de denúncias aumentou em 600%. Ainda assim, o controle da brutalidade está longe de ser ideal.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, anualmente, mais de um milhão de mulheres ainda são vítimas de violência doméstica no país. A Central de Atendimento à Mulher indica que, em 67,36% dos relatos, os abusos foram cometidos por homens com quem ela tinham ou já tiveram algum vínculo afetivo.
Quando o agressor está dentro de casa, há vários fatores que dificultam as denúncias: o vínculo financeiro, o temor da família ficar desprovida e o sistema falho de punição. No caso da violência psicológica, que não deixa vestígios aparantes, a mulher pode se sentir ainda mais desencorajada a denunciar.
Não é à toa que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de feminicídios no Brasil é de 4,8 para 100 mil mulheres – a quinta maior no mundo. A ONU Mulheres estima que a cada seis horas uma mulher é assassinada no país por um conhecido.
Violência doméstica independe de classe social
Quando o assunto é violência doméstica, há quem pense que os índices se restringem a periferia e classes sociais mais baixas. A realidade, no entanto, é outra: o próprio caso de Luiza Brunet é um exemplo de que as agressões independem do nível educacional e financeiro da vítima.
Na classe média e alta, a vergonha tende a mascarar ainda mais as agressões. Dados de uma pesquisa de 2013 da Fundação Perseu Abramo expõem que a violência física atinge 19% das mulheres com curso superior e 25% das que têm o ensino fundamental.
Dados de pesquisa do IBGE feita com 57.755 moradores casados da Tijuca e do Maracanã – bairros cariocas de classe média – também sustentam a tese. Entre os entrevistados, 32% experimentaram pelo menos um episódio de insulto ou xingamento e 47% relataram, no mínimo, um caso de agressão verbal.
Entre as mulheres, 11% mencionaram algum tipo de violência física ou emocional. Por isso, é sempre importante ficar atento aos sinais e denunciar. Basta ligar para o 180 e registrar o caso ocorrido. Essa é a melhor forma de romper o ciclo.
E você, conhece algum caso de violência doméstica? Não perca a oportunidade de dar apoio à vítima!