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Estudo relaciona carência da vitamina D na gravidez com o autismo

Por Debora Stevaux 24/01/2019

Você já deve ter ouvido falar sobre a importância da vitamina D: fundamental para a absorção de fósforo e cálcio pelo nosso corpo, dela depende o funcionamento pleno do nosso cérebro e a força dos nossos ossos, dentes e músculos.

Estudo realizado por universidade australiana comprovou relação de baixos níveis de vitamina D na gravidez com problemas no desenvolvimento cerebral do feto. (Foto: iStock)

O seu valor para as mulheres, no entanto, se torna ainda maior. Isso porque esse nutriente apresenta enzimas envolvidas no metabolismo de todo o aparelho reprodutor feminino. Sua concentração inadequada pode estar relacionada a problemas como a síndrome do ovário policístico, endometriose, mioma, baixa qualidade dos óvulos e falhas de implantação do embrião.

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Além disso, a vitamina D é capaz de articular a resposta imunológica do corpo da gestante em relação ao bebê. Ou seja, se os níveis da vitamina estão baixos, o sistema imunológico pode entender a gestação como um ataque ao corpo materno, favorecendo a ocorrência de complicações e até de um aborto.

Relações com o autismo

Um estudo recente realizado pela Universidade de Queensland, na Austrália, aponta ainda outro papel do nutriente na gravidez. Os pesquisadores encontraram uma conexão entre o nível de vitamina D na corrente sanguínea da mãe e o surgimento de autismo na primeira infância. Segundo eles, aquelas que tinham uma deficiência até a 20ª semana de gravidez apresentaram maiores chances de dar à luz crianças com o transtorno.

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O distúrbio caracterizado pela dificuldade em manter relações sociais ou afetivas afeta diretamente a comunicação, a capacidade de aprender e se adaptar dos pequenos. E mesmo que os primeiros sinais comecem a ficar mais claros a partir de um ano de idade, em alguns casos eles já podem ser identificados nos primeiros meses de vida. Alguns dos mais comuns são a falta de contato visual por parte dos pequenos, mesmo durante a amamentação, e a frequência de movimentos repetitivos e pendulares de tronco, mãos e cabeça.

O Professor John McGrath, um dos autores da pesquisa, também associou a deficiência de vitamina D com o surgimento de outros problemas do neurodesenvolvimento do feto.

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Como combater a deficiência de vitamina D

Mas é importante frisar que a deficiência da vitamina não é o único fator responsável pelo surgimento do autismo na primeira infância – há uma série de outros agentes, como a genética. E, mesmo que a vitamina seja absorvida com a exposição ao Sol, aumentar o período de exposição solar não funciona e pode catalisar o desenvolvimento de câncer de pele.

A única saída para as gestantes com o problema (que pode ser diagnosticado através de um exame de sangue) é iniciar a suplementação vitamínica e apostar numa alimentação saudável, sempre seguindo a recomendação do médico no pré-natal.

Alimentos como salmão, sardinha, mariscos, ovo, fígado, queijos, cogumelos e cenoura são boas fontes da vitamina e devem ser consumidos com regularidade.  

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