Muita gente sofre com espinhas e cravos que aparecem nos ombros, colo e costas. Ainda que seja um problema comum (a acne pode acometer diversas regiões do corpo que tenham glândulas sebáceas), isso pode causar grande incômodo. Afinal, essas inflamações são visíveis e podem causar dores, infecções e sangramentos.
Assim como diversas doenças de pele, a acne segue um padrão genético – por isso, há quem tenha maior tendência a apresentá-la em determinadas partes do corpo. “Mas, além da predisposição genética, o acúmulo de oleosidade, a obesidade, tabagismo, infecções, estresse e alimentação podem ser causas de acne. Usar produtos gordurosos – como hidratantes e protetores solares densos – também colaboram com o quadro, bem como algumas doenças endocrinológicas e neurológicas”, explica Dr. Caio Lamunier, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) e do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Como prevenir o problema?
Segundo o especialista, acreditava-se até pouco tempo atrás que a gordura na alimentação fosse o único grande vilão, mas, hoje, os açúcares comprovaram ter um papel importante no estímulo às glândulas sebáceas.
“O tabagismo e o estresse também têm o seu papel por aumentar o processo inflamatório. Além disso, algumas medicações podem estimular o aparecimento de espinhas e cravos – e nesse caso temos que considerar o custo-benefício de cada uma delas”, explica.
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Complicações
“A cicatriz de acne é a complicação mais frequente do quadro. E pode, sim, ser grave, com repercussões sociais e psicológicas. Mas a complicação mais temida é a infecção, que pode ser superficial ou profunda. Infecções profundas podem ser extremamente graves dependendo da localização (próximo aos olhos, por exemplo)”, explica Dr. Caio.
Cuidados
O primeiro passo para quem apresenta acne é passar pela avaliação de um dermatologista para que ele investigue quais são as causas específicas do problema e indique o tratamento adequado.
Mas, de forma geral, os cuidados básicos envolvem diminuir a ingestão de açúcares, ter cuidado com o consumo de suplementos alimentares, buscar cremes específicos para cada tipo de pele, evitar o fumo e higienizar a região adequadamente pelo menos uma vez ao dia.
Também é preciso vencer o hábito de espremer e cutucar as espinhas e cravos, já que, além de não resolver o problema, pode gerar complicações como infecção local (já que as mãos podem não estar adequadamente higienizadas), formação de cistos e cicatrizes.
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Tratamentos
O dermatologista conta que só após esses cuidados iniciais é que se inicia o tratamento medicamentoso, que pode ser a base de remédios tópicos, antibióticos ou medicações sistêmicas. Esfoliações, peelings e limpezas de pele muitas vezes ajudam.
A cura depende da gravidade do quadro, da sua extensão, da localização, das condições clínicas de cada paciente e do tipo de tratamento utilizado. Há medicações que trazem resultados rápidos, porém de curta duração. Outras demoram mais para trazer resultado, mas mantêm a pele saudável por mais tempo. “É importante lembrar que o tratamento da acne é um tratamento a longo prazo. Não se devem criar falsas expectativas em curas milagrosas”, completa o especialista.