Muitas vezes mal diagnosticada e confundida com labirintite, a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é um mal que afeta parcela considerável de idosos (a partir dos 50 anos) em todo o mundo, com maior incidência entre mulheres.
Apesar de poucas pesquisas disponíveis, as estatísticas mais recentes indicam aproximadamente 64 casos anuais para cada 100 mil habitantes.
Um dos fatores para a ausência de dados precisos é que a vertigem posicional pode deixar de atacar (remissão) espontaneamente, ainda antes do diagnóstico médico, deixando esses casos sem registro.
Muitas vezes ela desaparece, mesmo sem intervenção clínica, em poucos dias ou semanas, por isso é considerada uma “doença benigna”. Ela torna-se preocupante quando se prolonga através dos meses ou anos, causando danos ao ouvido interno, além de insegurança e desconforto.
Por isso são indicados tratamentos preventivos em todos os casos, a fim de evitar o avanço do quadro clínico.
O que é vertigem posicional?
Uma espécie de tontura rotatória, a vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é a forma mais comum de vertigem e está relacionada a problemas no chamado “sistema vestibular”, que inclui as áreas do ouvido interno e do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos do olho e o equilíbrio corporal.
Na prática, ela não é uma doença em si, mas a consequência de lesão ou moléstia em uma ou mais áreas encarregadas desse processamento sensorial, com destaque para o órgão chamado labirinto.
A vertigem posicional se caracteriza por breves e repetidos episódios de tontura desencadeados por movimentos da cabeça, como se tudo estivesse girando, mesmo se a pessoa estiver deitada.
Em estágio avançado, pode afetar não apenas o equilíbrio, mas igualmente a audição. Caso não tratada imediatamente, seus transtornos são capazes de incapacitar o paciente para o convívio social e até atividades cotidianas.
Sintomas da vertigem posicional
Em geral, a primeira crise de VPPB acomete seus portadores quando estes tentam levantar da cama e sentem uma tontura, que varia de 5 a 30 segundos de duração. Estes episódios voltam a acontecer quando a pessoa está de pé e move a cabeça em determinada direção (a do ouvido que está afetado, sem que a pessoa saiba).
Depois, podem ocorrer náuseas, enjoos, vômitos e novas tonturas, muitas vezes com grande intervalo entre as crises. A seguir, podem começar eventos de nistagmo, que são movimentos involuntários, anormais mais rítmicos, dos olhos.
Causas
Muitos podem ser os motivos para ataques de vertigem posicional; o mais comum, porém, é a existência de algum trauma craniano anterior. Além disso, contribuem para seu surgimento o sedentarismo, alimentação inadequada, desequilíbrio hormonal, infecções, doenças otológicas e degeneração senil.
Além disso, há casos em que a vertigem posicional se manifesta de modo idiopático, ou seja, a partir de outras doenças otoneurológicas, tais como neurite vestibular, insuficiência vertebrobasilar e doença de Menière. Em todos os casos, ela surge por problemas no ouvido interno, um dos principais órgãos responsáveis por nosso equilíbrio.
Tratamento
Raros são os casos de vertigem posicional nos quais medicação faz algum efeito. Na maior parte dos casos, a reversão do problema está ligada a exercícios fisioterápicos, as chamadas “manobras”.
As principais e mais conhecidas são as manobras de Brandt e Daroff, em geral recomendadas para serem feitas diversas vezes ao longo do dia, e as manobras de Semont e de Epley, indicadas para realização uma vez ao dia.
Sua adoção tem sido responsável por até 97% das curas, geralmente num período curto de tempo (até dois meses). Somente em casos muito extremos são recomendadas cirurgias.
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