O travesseiro antirrefluxo é uma das medidas mais comuns para auxiliar no combate ao refluxo gastroesofágico, condição extremamente desagradável, que pode atingir tanto adultos quanto crianças.
No entanto, por mais que alivie os sintomas, é importante saber que o travesseiro antirrefluxo não é – e nem deve ser – a única forma de tratar a chamada Doença do Refluxo Gastroesofágico (DREG).
Conforme Alexandre de Souza Cury, médico otorrinolaringologista e professor de Medicina na Faculdade Anhanguera Uniderp, no refluxo gastresofágico temos um retorno involuntário repetitivo do conteúdo gástrico para o esôfago.
Dentre os principais sintomas desse problema, o médico relaciona a pirose, que é a azia, e a regurgitação ácida. “Existem também as manifestações atípicas como a dor torácica, sintomas respiratórios e otorrinolaringológicos”, detalha o professor de Medicina.
Conforme Cury, o diagnóstico de DRGE começa a ser investigado a partir de conversas entre paciente e médico e de exames físicos criteriosos. O primeiro exame a ser solicitado na suspeita de DRGE é a endoscopia digestiva alta (EDA), pela qual avalia-se a mucosa esofágica, a presença de hérnia hiatal e investiga-se outros problemas do tubo digestivo superior.
Travesseiro antirrefluxo é auxiliar
O tratamento clínico tem como objetivo o alívio dos sintomas, a cicatrização das lesões e a prevenção de recidivas e complicações. Assim, o uso do travesseiro antirrefluxo ajuda no tratamento de adultos à medida que o médico aconselha a elevação da cabeça durante o sono.
Mas Cury ressalta que somente o travesseiro não é o suficiente. “Nota-se a recomendação de elevação da cabeceira da cama como uma forma de tratamento. A elevação apenas da cabeça com uso de travesseiro antirrefluxo parece não ter eficácia comprovada”, complementa o otorrinolaringologista.
Assim, a abordagem terapêutica para o refluxo gastroesofágico divide-se em medidas comportamentais e farmacológicas, que deverão ser aplicadas em todas as fases da enfermidade.
“Até mesmo a intervenção cirúrgica pode ser necessária em pacientes com sintomas crônicos e que não respondem satisfatoriamente ao tratamento medicamentoso”, diz o médico.
Além do travesseiro antirrefluxo
Junto com o travesseiro antirrefluxo, o indivíduo precisa adotar algumas medidas comportamentais no dia a dia. Cury destaca as seguintes:
1. Na hora de dormir
A elevação da cabeceira da cama deve ser de 15 centímetros.
2. Cuidados com a alimentação
Moderar a ingestão dos seguintes alimentos: gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos à base de tomate e chocolate.
3. Cuidados com medicamentos
Cuidados especiais com medicamentos potencialmente “de risco”, como colinérgicos, teofilina, bloqueadores de canal de cálcio, alendronato.
4. Hora de deitar
Evitar deitar-se nas duas horas posteriores às refeições.
5. Na hora das refeições
Evitar refeições com grande quantidade de alimentos.
6. Atenção para os vícios
Suspensão do fumo no dia a dia.
7. Cuidado com o bem-estar
Redução do peso corporal em obesos.
Para o tratamento medicamentoso ,utiliza-se bloqueadores de hidrogênio, agentes procinéticos e inibidores de bomba de próton.
Enfim, o tratamento dessa patologia deve ser medicamentoso (através do uso de fármacos específicos) e não medicamentoso (através de medidas comportamentais).
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