No Brasil, a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) obriga os fabricantes, desde 2006, a usarem em seus rótulos a indicação da quantidade de gordura trans presente nos alimentos que comercializam. Mas a ideia do Ministério da Saúde é seguir exemplos de países como Suécia e Dinamarca, onde esse tipo de gordura é proibido. Você sabe por quê?
Estudos científicos e pesquisas mostraram que a gordura trans causa grandes prejuízos à saúde. Aumenta os níveis do colesterol ruim, o LDL, enquanto diminui as taxas do colesterol bom, HDL. Com isso, os riscos de complicações como arteriosclerose, infarto e acidente vascular são muito maiores, sem falar no aumento de peso.
Gordura trans industrial e natural
Esse tipo de gordura vegetal é submetido a um processo de hidrogenação, que pode ser industrial ou natural. Segundo a nutricionista Adriana Corsetti, alguns tipos de carnes e leite já possuem essa gordura, só que em quantidades pequenas. A preocupação está mesmo nas gorduras utilizadas pela indústria.
Um dos tipos mais comuns de gordura trans é a gordura vegetal hidrogenada, mais frequentemente encontrada em alimentos. Ela passou a ser usada amplamente na década de 1950, como uma alternativa à gordura saturada, a gordura animal. Àquela época, a ideia era que sendo de origem vegetal, ofereceria menor risco à saúde.
No entanto, estudos que foram feitos mais tarde revelaram que esse tipo de gordura é ainda pior que a gordura saturada, que apesar de aumentar o colesterol total, não diminui as taxas de HDL no organismo. De uma forma geral, as gorduras vegetais até são benéficas para o organismo, como os azeites e os óleos.
O problema é quando passa pela hidrogenação ou são esquentadas. Nesse processo, há quebra de moléculas e a cadeia passa a se rearranjar. Cria-se, então, uma “nova gordura”, que vai trabalhar para danificar as artérias.
E você pode se perguntar qual a finalidade da hidrogenação. É ela que deixa os alimentos mais saborosos, crocantes e faz com que durem mais. E está aí o grande desafio da indústria: encontrar uma alternativa saudável a esse tipo de gordura sem que as propriedades dos alimentos sejam perdidas.
Segundo Adriana, o organismo não sintetiza a gordura trans, por isso ela não deveria ser consumida. Mas como essa prática está longe da realidade, o Ministério da Saúde determinou que o aceitável é que seja consumido diariamente até 2 g desse tipo de gordura, o que equivale e quatro biscoitos recheados.
Onde está a gordura trans?
O grande desafio do consumidor é saber dessa quantidade. A Anvisa determinou que se o alimento possuir até 0,2% de gordura, pode afirmar no rótulo que se trata de um produto livre de gordura trans, o que não é verdade.
Os alimentos que mais possuem essa gordura maléfica são pipocas de micro-ondas, bolachas, chocolates, sorvetes, salgadinhos e alimentos que em sua composição apresentam margarina. Por isso, o mais adequado é adotar uma alimentação o mais natural possível, rica em frutas e vegetais.
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