O assunto pode até ter ficado um pouco de lado, mas o mutirão de combate ao Aedes aegypti segue. Segundo o boletim mais recente divulgado pelo Ministério da Saúde, em fevereiro, já foram vistoriados cerca de 40,9% dos imóveis do país. Mas como proteger sua família e detectar quando alguém apresenta sintomas do zika, da dengue ou chikungunya?
De acordo com infectologista Sylvia Lemos Hinrichsen, coordenadora do Comitê de Medicina de Viagem da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), o vetor de transmissão não é a única semelhança entre as três doenças. Todas apresentam sintomas muito parecidos. Febre, manchas no corpo, dores de cabeça e nas articulações são alguns deles.
Entenda os sintomas do zika, dengue e chikungunya
A principal forma de transmissão do vírus zika, dengue e também da febre chikungunya é através da picada do mosquito aedes. Geralmente, os sintomas começam a aparecer dez dias depois e são muito semelhantes nos três casos. Há casos em que eles se manifestam de uma forma mais leve, podendo ser confundidos com gripe.
Apesar de semelhantes, existem detalhes que diferenciam a infecção de cada uma das doenças. A dengue é a que se manifesta de forma mais intensa, provocando febre, dores, falta de ar, manchas na pele e indisposição. Já no caso da chikungunya, as dores se concentram principalmente nas articulações e nos músculos do corpo.
Segundo a infectologista, os sintomas do zika são mais leves. A febre é baixa e o paciente sente coceira, característica que pode ser confundida com a de uma alergia. Um indicador diferencial é a presença de conjuntivite passageira em determinados casos. “Em média, após cinco dias, o paciente se cura espontaneamente”, informa Sylvia.
Como as três doenças têm manifestações sintomáticas semelhantes e podem ser confundidas com viroses, a orientação geral é: ao perceber fortes dores no corpo, na cabeça, vômitos e náuseas constantes, procure atendimento em uma unidade de saúde. O diagnóstico é importante para definir o tratamento.
As doenças transmitidas pelo aedes podem ser diagnosticadas através de exames clínicos. Em casos suspeitos com potencial de gravidade, o exame de sangue também é indicado. Atualmente, ainda não existe cura ou tratamento específico para a zika, mas os sintomas são atenuados com remédios que ajudam a aliviar as dores.
Remédio contra o zika é o combate ao mosquito
Apesar de não haver nenhum registro de morte no mundo causado apenas pelo zika, as mães grávidas que contraem o vírus acabam por colocar seus bebês em risco. De acordo com o boletim mais recente do Ministério da Saúde, já são 4.107 casos suspeitos de associação entre a doença e a microcefalia.
A médica familiar Ana Paula Martins Marcolino sinaliza que os pesquisadores confirmaram alguns casos por meio de detecção do vírus na corrente sanguínea dos bebês. “Ainda não se sabe exatamente o mecanismo relacionado à microcefalia ou o adoecimento desses bebês pelo vírus zika, mas o fato é que existe, sim, esse tipo de transmissão”, enfatiza.
Por isso, diante da inexistência de um tratamento específico para o zika, o melhor é se prevenir: evite água parada em vasos, garrafas, pneus ou quaisquer outros objetos que favoreçam o acúmulo de água. A aplicação de telas em portas e janelas, mosquiteiros sobre a cama e o uso de repelentes são medidas que também ajudam a se proteger do mosquito.
O repelente mais eficaz é aquele que contém um princípio ativo chamado icaridina, que pode ser aplicado em todas as áreas expostas do corpo e é seguro para as gestantes. Com esses cuidados, você fica prevenido de pelo menos três doenças que tem assustado no país.
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