Entre as doenças sexualmente transmissíveis crônicas, o vírus do papiloma humano (HPV) é a mais comum e com consequências potencialmente mais severas. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 680 mil novos casos são identificados no Brasil por ano. Diante desse cenário, é importante ficar atento à vacina HPV.
Neste ano, o Ministério da Saúde anunciou modificações no modo como a vacinação vai ser feita. O esquema de imunização agora ocorre em apenas duas doses, ao invés das três administradas até então.
A justificativa é de que, segundo pesquisas recentes, a resposta de anticorpos com duas doses não é inferior à aplicação de três. A regra é válida para meninas com idade entre 9 e 13 anos.
Quem deve tomar a vacina HPV
A vacina contra o HPV faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) para meninas de 9 a 13 anos. A segunda dose deve ser administrada sempre seis meses após a primeira.
De acordo com as informações disponibilizadas pela cartilha do Ministério da Saúde, a vacina anti-HPV só não deve ser aplicada em grávidas ou que tiveram reação grave à primeira dose. Fora esses casos específicos, o único efeito adverso comum é uma dor passageira no local da injeção, feita por via intramuscular.
É válido lembrar que a vacina é desenvolvida a partir de partículas semelhantes ao vírus do HPV, com objetivo de prevenir a infecção e doenças que surgem como consequência dela. Entre as principais estão lesões verrucosas, lesões pré-cancerígenas de colo, vagina e vulva e, por fim, os próprios cânceres de colo de útero, vagina e vulva.
Não é necessário ter medo de se vacinar: estudos de desenvolvimento clínico que embasaram o registro do produto pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmam que a vacina é segura e não possui efeitos adversos graves. Para garantir o máximo de eficácia, é importante respeitar o calendário de vacinação.
A vacina deve ser aplicada a partir dos nove anos porque as adolescentes devem receber ambas as doses antes de se tornarem sexualmente ativas, o que garante uma prevenção mais eficaz contra o HPV. Posteriormente, porém, ela não exclui a necessidade do uso da camisinha.
Perigos relacionados ao vírus HPV
O vírus do papiloma humano vive na pele e nas mucosas dos seres humanos, especialmente nas regiões da vulva, vagina, colo de útero e pênis. Ele é transmitido através do contato da pele, por isso a infecção é considerada uma doença sexualmente transmissível, uma vez que 98% das transmissões ocorrem através da prática de sexo.
Outra fator preocupante é que não existe apenas um tipo de HPV. Atualmente, já foram descritos mais de 200. O prognóstico não é animador: estima-se que 80% das mulheres sexualmente ativas ainda vão adquirir a doença ao longo da vida.
“O HPV é responsável por 90% dos casos de câncer de colo de útero. O vírus também pode causar proliferação das verrugas na vagina, na região anal ou no períneo, que podem eventualmente ser responsáveis pela infertilidade. A infecção pelo HPV tornou-se uma preocupação de saúde pública”, salienta Ana Luiza Nunes, médica especialista em reprodução assistida.
Além da vacina, a melhor forma de prevenção é praticar sexo seguro. A camisinha é indispensável. Ou seja, vale se proteger e não dar chance à doença. É simples e só depende de você.
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