Na última sexta-feira, dia 20 de maio, uma adolescente de 16 anos foi violentada por 30 homens no Rio de Janeiro. Há exatamente um ano, quatro jovens também sofreram abuso coletivo no Piauí – e foram jogadas de um penhasco. Uma delas morreu. Todas viraram estatística da chamada cultura do estupro.
No Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, uma mulher é estuprada a cada 11 minutos. Em 2014, o país teve 47.646 casos registrados. Enquanto isso, a culpabilização da vítima segue como argumento comum para justificar o crime.
Cultura do estupro no Brasil
Um tema a ser discutido por homens e mulheres, a cultura do estupro já está enraizada na sociedade. É a partir dela que pensamentos que culpam a vítima ainda são repetidos e aceitos. Você certamente já ouviu falar, por exemplo, que ela merecia por estar alcoolizada ou com uma saia curta.
Tudo isso contribui para que o número de denúncias diminua e o estupro se torne um crime silencioso. Estimativas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontam que apenas 10% dos casos chegam ao conhecimento da polícia.
Há outras definições bem claras que também ajudam a entender como a cultura do estupro se espalha. O termo original, rape culture, foi criado por feministas dos Estados Unidos, ainda na década de 1970. Ele foi idealizado para denunciar como a sociedade culpa as vítimas de abuso sexual e normaliza a violência contra a mulher.
O termo se refere, portanto, a um conjunto complexo de crenças que encorajam a agressão sexual. Entram na lista as cantadas na rua, a piada no grupo de amigos e a foto vazada na internet, até chegar ao extremo da prática do estupro.
Basta observar como a linguagem na televisão, em filmes e séries, além das imagens dos comerciais, contribui para a objetificação da mulher. Isso sem falar em gírias e piadas que, embora aparentemente inofensivas, denotam preconceitos e incentivam comportamentos agressivos.
Faça a sua parte
Transformar conceitos sociais não é algo que ocorre do dia para a noite. É preciso repensar e reavaliar comportamentos. Portanto, os homens podem – e devem – estar engajados no combate ao estupro. Como? Repensando atitudes. Violência sexual não é um instinto natural do homem.
É importante praticar a desconstrução. Isso significa deixar de lado o uso de termos pejorativos para se referir a uma mulher, como vadia ou piranha, e mesmo repreender os amigos que demonstrarem atitudes machistas. Afinal, a cultura do estupro se baseia também na aceitação passiva da degradação das mulheres.
Por isso, é igualmente fundamental denunciar. Basta discar para o número 180. Outra opção para colocar a causa em destaque é se engajar nas redes sociais e trocar a foto do seu perfil. Clicando aqui, você pode adicionar a frase Eu luto pelo fim da cultura do estupro na sua imagem.
E você, como combate a cultura do estupro? Essa luta é de todos! Compartilhe o artigo nas redes sociais.