No período da gravidez, as futuras mamães costumam redobrar os cuidados com a alimentação. Afinal, a nutrição também é importante para o desenvolvimento do bebê. Para garantir a boa formação neurológica do feto, há gestantes que precisam fazer a suplementação de ácido fólico. Mas é preciso ter cuidado com o excesso da substância.
Uma nova pesquisa da Universidade John Hopkins, dos Estados Unidos, aponta que altos níveis de folato – ou ácido fólico, a versão sintética da substância – podem ser tão prejudiciais quanto porções muito baixas dele. Quando a quantidade está quatro vezes acima do ideal, há um risco duas vezes maior do bebê desenvolver autismo, por exemplo.
Possível relação entre autismo e ácido fólico
Para chegar à conclusão de que o consumo excessivo de ácido fólico contribui para o Transtorno do Espectro Autista, os cientistas analisaram dados de 1.391 de mães e filhos na cidade de Boston. Para o ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, porém, ainda é cedo para atestar efetivamente uma relação entre a substância e o autismo.
O médico informa que o ácido fólico não deve ser visto como inimigo da gestação, diante da nova pesquisa. “É importante esclarecer que ele é um aliado na gravidez, pois evita o fechamento precoce do tubo neural, além dos riscos de algumas doenças do sistema nervoso”, salienta.
No Brasil, o Conselho Federal de Medicina (CFM) aprovou, em 2013, uma recomendação orientando as mulheres a usarem a substância nos três primeiros meses da gravidez e antes da concepção. Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a ingestão da vitamina traz uma série de benefícios.
O consumo de 400 microgramas por dia, considerada a quantidade ideal, previne complicações como paralisia de membros inferiores, incontinência urinária ou intestinal nos bebês e até mesmo graus de retardo mental. Por isso, com orientação profissional, o ácido fólico oferece muito mais benefícios do que riscos.
Em relação às consequências do consumo excessivo, ainda se sabe pouco. Mas Domingos é veemente ao afirmar que a administração correta da substância ajuda a proteger a saúde da mãe e do bebê. Portanto, diante de qualquer dúvida, converse com o seu médico.
Consumo seguro de ácido fólico
Para evitar complicações relacionadas ao consumo de ácido fólico, o obstetra sustenta que é fundamental consultar um especialista para administrar as dosagens corretas. “A mulher nunca deve se automedicar, tomar substâncias por conta própria e nas quantidades que ela julgar ideais”, adverte.
O especialista explica que, para garantir um equilíbrio no consumo de ácido fólico, o médico responsável pelo pré-natal deve solicitar exames para saber quais os níveis que a mulher tem da substância no corpo, para que possa suplementar a grávida de forma correta e segura.
E você, o que acha da polêmica envolvendo o ácido fólico? Já utilizou a substância? Deixe a sua opinião nos comentários.