No documentário “Homecoming”, lançado recentemente pela Netflix, a cantora Beyoncé revelou que teve pré-eclâmpsia durante a sua gravidez de gêmeos e que precisou ficar de repouso para não colocar seus bebês em risco. Outras famosas, como Kim Kardashian, Mariah Carey e Adriana Lima também já tiveram o problema.
Para tirar suas dúvidas sobre a complicação, conversamos com o Dr. Geraldo Caldeira, ginecologista e obstetra membro da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana (SBRH) e da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA).
O que é a pré-eclâmpsia?
Uma das principais causas de morte materna, a pré-eclâmpsia é caracterizada por um aumento na pressão arterial da mulher a partir de 20 semanas de gestação, e pode ocorrer mesmo em pacientes que não eram hipertensas antes.
Embora ainda não se reconheça uma causa específica, estudos sugerem que alterações imunológicas provocadas pela instalação da placenta no útero podem estar por trás das mudanças na pressão da mãe.
Alguns fatores podem colaborar para o aparecimento do problema, como já ter hipertensão, obesidade, idade avançada, diabetes, doenças autoimunes (lúpus, por exemplo) e, como no caso de Beyoncé, gravidez gemelar.
A pré-eclâmpsia traz sérios riscos na gravidez tanto para a mãe quanto para a criança e, se não tratada com urgência, pode resultar em convulsões da gestante.
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Sintomas da pré-eclâmpsia
“Além da pressão alta (acima de 140/90 mmHg), a gestante pode apresentar ganho de peso excessivo, inchaço importante nos membros inferiores (edema) e no corpo e, em alguns casos, dor de cabeça, dor de estômago e distúrbio visual”, explica Dr. Geraldo.
Diagnóstico e tratamento
O especialista conta que o diagnóstico é feito através da medição da pressão arterial e também por exames de sangue que poderão revelar como está a função renal, hepática e a coagulação da mulher.
Caso seja confirmada a complicação, o tratamento é realizado pelo uso de um hipotensor e do medicamento AAS (infantil), quando a pré-eclâmpsia é considerada leve, e por medicamentos anticonvulsivantes para casos graves. Além disso, a paciente deve fazer repouso, manter uma dieta com pouco sal e ter um controle rigoroso da pressão arterial.
Complicações da pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia pode se transformar em eclâmpsia (quando a paciente tem convulsões) ou Síndrome de Hellp, em que a paciente fica com as enzimas hepáticas elevadas e plaquetas baixas, apresentando um distúrbio de coagulação.
“Nesses casos de pré-eclâmpsia grave, eclâmpsia e Síndrome de Hellp, a paciente é encaminhada para a UTI, onde fará o uso de sulfato de magnésio para evitar convulsões. Quando isso ocorre a gravidez precisa ser interrompida, às vezes resultando em parto prematuro devido ao risco de vida materno e fetal”, orienta o especialista.
“Nos casos graves, a mãe volta para a UTI depois do parto para completar o tratamento com o sulfato de magnésio e controlar a pressão. Somente depois disso é que ela poderá ser transferida para o quarto do hospital, pois é possível apresentar eclâmpsia (convulsões) também no pós-parto”, alerta Dr. Geraldo.
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