As pessoas com idade acima de 80 anos consomem, em média, dez medicamentos diferentes, ainda que nada justifique medicalmente tal consumo. Um estudo mostrou que, para pessoas que têm entre 70 e 80 anos, a média de consumo diária é de 8 remédios diferentes. Para as pessoas entre 80 e 100 anos, o consumo aumenta para 10. Acima de 100 anos, o consumo volta a 8 medicamentos por dia, em média. Essa estatística começou a ganhar altos índices a partir da década de 90, praticamente dobrando a quantidade se comparado à década anterior. Ou seja, idosos com mais de 80 anos consomem duas vezes mais medicamentos hoje em dia.
A prescrição de muitas destas drogas é questionável
O consumo não reflete à epidemiologia, nem à medicina baseada em provas, lamentam os autores do estudo, cm base em números oficiais de medicamentos reembolsados pelo governo.
Uma boa quantidade desses medicamentos não são prescritos visando o tratamento de sintomas como a ansiedade, a insônia ou mesmo a dor nas costas, portanto são completamente contestáveis. 90% por pessoas idosas entre 70 e 90 anos consomem medicamentos, um número bem significativo.
Alerta para o risco de acidentes devido ao consumo de medicamentos
Especialistas chamam a atenção das pessoas para os riscos de acidentes devido ao consumo, muitas vezes exagerado, de medicamentos na terceira idade. O risco é julgado como importante se o paciente toma mais de cinco medicamentos diferentes por dia. E, de fato, mais de 85% dos idosos de mais de 80 anos figuram neste quadro.
Acima de três ou quatro moléculas tomadas juntas já podem acarretar em efeitos colaterais graves, pois já não se sabe mais qual será a reação do metabolismo e a forma como o corpo vai reagir aos medicamentos. E, acima de tudo, a partir de cinco medicamentos, o risco de efeitos negativos aumenta considerávelmente.
A prescrição e o consumo irracionais
O top dos medicamentos mais tomados pelos idosos de mais de 80 anos é, sem dúvida, dominado pelos analgésicos como paracetamol, pelos medicamentos cardiovasculares como os anti-hipertensivos e estatinas e, por último, mas não menos importante, pelos ansiolíticos.