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Uso abusivo do álcool leva ao divórcio, a menos que ambos os parceiros sejam alcoólatras

Por Redação Doutíssima 06/01/2014

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O abuso de álcool pode causar estragos em um relacionamento e pode finalmente conduzir ao divórcio, mas de acordo com um recente estudo financiado pelo Instituto Nacional de Abuso do Álcool e Alcoolismo, é mais provável um casamento acabar se apenas um dos cônjuges for um bebedor inveterado, em vez de ambos. Pesquisadores da University at Buffalo Research Institute on Addictions (RIA) determinaram que casais casados que bebem em excesso estão tão propensos a ficar juntos quanto casais que não bebem.

“Esta pesquisa fornece evidências sólidas para reforçar a noção comum que o consumo excessivo de bebidas alcoólicas  por um dos parceiros pode levar ao divórcio”, Kenneth Leonard, Ph.D, diretor da RIA e principal autor do estudo, afirmou . “Embora algumas pessoas possam pensar que esse seja um resultado provável, foram surpreendentemente poucos dados que sustentam essa afirmação até agora.”

O Dr. Leonard e colegas acompanharam 634 casais ao longo de um período de nove anos que começou quando eles se casaram. “Bebedores inveterados” consumiam seis ou mais bebidas de uma só vez, ou bebiam até se intoxicara. A equipe de pesquisa incluiu fatores que também  podem  contribuir para a insatisfação conjugal, como a depressão, status socioeconômico, tabaco e uso de maconha.

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Ambos os casais, de bebedores inveterados e de não bebedores, apresentaram  uma taxa de divórcio de cerca de 30 por cento. Casamentos em que apenas um dos cônjuges bebia em excesso – tomando seis ou mais bebidas ou bebendo até se intoxicar – terminaram em divórcio 50 por cento das vezes. Os pesquisadores também observaram uma maior taxa de divórcio em casamentos em que a esposa bebe em excesso, mas alertou que não havia dados suficientes para considerar esse fato um achado significativo.

“Nossos resultados indicam que é a diferença entre os hábitos de consumo do casal, em vez da própria bebida, que leva a insatisfação conjugal, separação e divórcio,” explicou o Dr. Leonard na declaração. “Cônjuges que bebem excessivamente podem ser mais tolerantes com as experiências negativas relacionadas ao álcool devido a seus próprios hábitos de consumo.”

Apesar de a equipe de pesquisa estabelecer a influência que a bebida em excesso tem na satisfação conjugal no casamento, o efeito que isso gera em crianças não foi estudado. De acordo com National Council on Alcoholism and Drug Dependence (Conselho Nacional sobre Alcoolismo de Dependência em Drogas), 26,8 milhões de crianças nos Estados Unidos estão expostas ao alcoolismo por suas famílias, resultando em um maior risco da criança se tornar um alcoólatra.

“Basicamente, nós esperamos que nossos resultados sejam úteis para os terapeutas matrimoniais e profissionais de saúde mental, para que possam explorar se uma diferença de hábitos de consumo está causando conflitos entre os casais que procuram ajuda”, disse o Dr. Leonard na declaração. “Enquanto dois bebedores inveterados podem não divorciar-se, eles podem criar um clima particularmente ruim para seus filhos.”