Se achar muito feio quando aos olhos dos outros você parece normal é considerado um sintoma do distúrbio chamado pela medicina de dismorfofobia. Como a doença afeta apenas cerca de 2% da população, os cientistas ainda sabem pouco sobre ela.
Mas um novo estudo da Universidade da Califórnia (UCLA), publicado na revista Neuropsychopharmacology, poderia levar a alguns grandes avanços na área. De acordo com as suas conclusões, os indivíduos com dismorfofobia têm conexões fracas entre as regiões do cérebro associadas à visão e às emoções. Claramente, quando os vimos temos a impressão de sua própria imagem não corresponde à realidade.
Para chegar a estas conclusões, os pesquisadores da UCLA analisou a atividade da matéria branca no cérebro de 14 adultos com dismorfofobia corporal e também de 16 adultos não são afetados pela doença. Para entender melhor o que isso representa é bom saber que a matéria branca consiste em células nervosas que transmitem os impulsos a partir de uma região do cérebro a outra.
Tráfego desequilibrado
Os pesquisadores usaram um tipo de MRI (ressonância magnética) para recriar as rotas reais da matéria branca no cérebro. A partir de então eles planejaram os tipos de padrões matemáticos para a frequência com a substância muda para uma determinada área do cérebro.
Conclusão: a circulação da matéria branca no cérebro de quem tem dismorfofobia é completamente desequilibrada em comparação com cérebros considerados normais. A substância tende a se agrupar em determinadas áreas em detrimento de outras. E assim, os problemas de conexão entre a visão e o tato se estabelecem.
“Com conexões menos eficazes dentro do cérebro, os sintomas da dismorfofobia são graves, especialmente em relação a comportamentos compulsivos: passar o tempo olhando em um espelho, por exemplo”, diz Jamie Feusner, que liderou o estudo.
Segundo os cientistas da Califórnia, com o resultado desta pesquisa, seria saber com antecedência se uma pessoa está sofrendo de dismorfofobia corporal e tratá-la, estimulando as conexões entre a visão e as emoções.
Fonte: Matthieu Carlier – Huffington Post