Clínica Geral

CTNBio aprova liberação comercial da vacina contra dengue

Por Redação Doutíssima 14/11/2015

A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou a liberação comercial de uma vacina contra dengue. Esse é um passo importante para o início da prevenção dessa doença, que já registrou recordes históricos de óbitos no Brasil em 2015, chegando a 693 mortes.

 

Vacina contra dengue pode salvar milhares de vidas

A aprovação da CTNBio é um passo importante, mas a vacina ainda precisa ser aprovada por outros órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Espera-se que a comercialização comece até o início de 2016.

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Vacina ainda precisa ser aprovada por outros órgãos antes de ser comercializada. Foto: iStock, Getty Images

 

A vacina contra dengue está sendo desenvolvida por uma empresa farmacêutica francesa, mas há outros laboratórios que tentam fazer sua própria versão. Um deles é a Fundação Oswaldo Cruz, que está entre os principais centros de pesquisa de saúde pública no mundo, e o Instituto Butantan, responsável pela maioria das vacinas utilizadas no Brasil e líder em estudo de animais venenosos.

 

Durante os ensaios clínicos a vacina reduziu em 60,8% os casos de dengue em um grupo de 21 mil pessoas na América Latina e em 56% em um grupo de 10 mil voluntários na Ásia. A pesquisa também revelou que ela é mais eficaz em pessoas com mais de 9 anos de idade e que seu índice de proteção é capaz de atingir 66%.

 

A imunização contra a dengue é conhecida como Dengvaxia e, se for aprovada pelos órgãos competentes, deverá ser feita em três doses – uma a cada seis meses. A dengue é uma doença endêmica potencialmente letal que afeta muitos países tropicais, com significativo número de casos no Brasil.

 

Casos de dengue batem recordes no Brasil

Segundo o boletim epidemiológico de dengue do Ministério da Saúde, nos oito primeiros meses de 2015 a doença já matou 674 pessoas – superando o recorde de 2013. Além disso, esse é o ano que tem o maior número de casos notificados da doença desde 1990.

 

As estatísticas divulgadas pelo Ministério da Saúde revelam ainda que são 1.463.776 casos registrados de janeiro a setembro. É quase o triplo do registrado no mesmo período ano passado – quando apenas 524.441 pessoas foram diagnosticadas com a doença. A região Sudeste é a líder de ocorrências e possui 64% dos casos.

 

Essa doença é bastante grave, podendo levar, inclusive, à morte. O vírus da dengue é transmitido por mosquitos fêmeas, principalmente da espécie “Aedes aegypti” e em menor grau da espécie “A. albopictus”. A forma mais grave é conhecida como dengue hemorrágica, identificada pela primeira vez em epidemias na década de 50 nas Filipinas e na Tailândia.

 

Os sintomas iniciais podem ser confundidos com uma gripe comum: febre, dor de cabeça intensa, dor atrás dos olhos, dores musculares e articulares, náuseas, vômitos, inchaço das glândulas ou erupção cutânea. Os sinais geralmente duram de dois a sete dias e se revelam após um período de incubação de quatro a 10 dias depois da picada do mosquito infectado.

 

A dengue hemorrágica é potencialmente mortal porque pode desencadear vazamento de plasma, acúmulo de líquido, insuficiência respiratória, hemorragia grave ou insuficiência de algum órgão. Os sinais de alerta específicos se revelam alguns dias depois dos sintomas gerais e incluem dor abdominal, vômito persistente e com sangue, respiração rápida, sangramento nas gengivas, fadiga e inquietação.

 

É importante buscar ajuda médica ao sentir já os primeiros sintomas para diagnóstico precoce e tratamento adequado. Vale dizer que recentemente a Agência Nacional de Saúde (ANS) incluiu o chamado teste rápido para dengue como procedimento de cobertura obrigatória para planos de saúde a partir de janeiro de 2016.

 

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