Um dia você acorda um pouco rouco, acha que não é nada demais e segue suas atividades normais. Pode ser até que alguém ache sexy ou charmosa a leve mudança na voz, mas é preciso de muita atenção. A rouquidão pode sinalizar problemas graves e variar desde uma leve inflamação na garganta a um câncer de laringe.
O alerta vem da fonoaudióloga Marta Assumpção de Andrada e Silva, chefe do Departamento de Distúrbios da Comunicação do Curso de Fonoaudiologia da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.
A rouquidão também pode ser sintoma de um problema que atinge mais frequentemente pessoas que usam a voz profissionalmente (cantores, professores, locutores), os pólipos vocais. Se não tratados e removidos, podem evoluir para sérias complicações.
Rouquidão não se cura com automedicação
O mais importante, segundo a fonoaudióloga, é evitar a automedicação. Remédios caseiros e pastilhas não devem ser administrados de forma indiscriminada e sob a crença de que “logo vai passar”.
A indicação é procurar, imediatamente, atendimento médico. “Há pessoas que ficam roucas por muito tempo, e não sabem que a rouquidão pode ser sintoma de um câncer de laringe”, afirma a fonoaudióloga.
Em muitos casos, o problema, também chamado de disfonia, é consequência do próprio uso da voz. Nessa situação específica, ela é considerada funcional.
Entre as principais causas, estão o uso inadequado da voz, não sendo registrada nenhuma doença nas cordas vocais. Por uso inadequado, entenda-se imitação de outros tipos de voz que não o próprio, e também uso excessivo, como no caso de cantores ou palestrantes.
As chamadas inadaptações fônicas também podem causar o problema. Elas ocorrem quando o aparelho fonador não está ajustado à fala e pode ser resultado de alterações anatômicas, a exemplo de má formação da laringe, além de complicações entre a relação fala e respiração ou fala e deglutição.
A voz rouca pode ter, ainda, causas orgânicas. Nesses casos, ela surge em função de algum tipo de alteração anatômica nas cordas vocais, como nódulos, cistos, edemas, pólipos, edema de Reinke, paralisia das cordas vocais e papilomas. Outra causa orgânica bastante comum desse problema é o refluxo esofágico.
No entanto, a causa mais frequente da rouquidão aguda é a laringite causada por infecção viral ou bacteriana. Pode acontecer de, nesse caso, a pessoa, além de estar rouca, ter tosse e coriza.
Diagnóstico e tratamento da rouquidão
Exames específicos podem identificar a causa da alteração vocal. Por meio deles, é possível descobrir lesões nas cordas vocais. O tratamento para a rouquidão funcional é a fonoterapia. É com o fonoaudiólogo que a pessoa vai aprender a usar a voz da melhor maneira.
Mas quando se trata de origem orgânica, o tratamento tem foco na causa específica da alteração. Se o problema for nódulos nas cordas vocais, entre as opções para tratar, pode-se buscar a fonoterapia, mas não se descartam intervenções cirúrgicas para remoção de nódulos ou cistos.
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!