As pessoas estão fazendo sexo com menos frequência na Grã-Bretanha, e alguns especialistas acreditam que a tecnologia é a culpada.
“As pessoas têm tablets e smartphones, e estão levando-os para dentro do quarto, usando Twitter e Facebook, respondendo a e-mails”, disse o Dr. Cath Mercer da University College in London.
A Pesquisa Nacional da Grã-Bretanha de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida entrevistou mais de 15.000 pessoas com idades entre 16 e 74 anos sobre as suas vidas sexuais. Os pesquisadores realizaram entrevistas com participantes de setembro 2010 a agosto 2012 e, em seguida, reuniram os dados em uma série abrangente de seis documentos. A pesquisa se vangloria de que é “um dos maiores e mais completos estudos sobre o comportamento sexual realizado em um único país.” A partir de suas entrevistas, os pesquisadores descobriram três aspectos importantes: as pessoas estão fazendo sexo com menos frequência, estão mais aptas a ampliar o seu repertório sexual do que antes e as mulheres estão se envolvendo sexualmente com mais parceiros do que antes.
“Isso reflete um afastamento do sexo sendo visto puramente no contexto da reprodução, e em direção a uma maior ênfase no prazer e diversão”, disse Kaye Wellings, chefe de pesquisa de saúde social e ambiental da Escola de Higiene e Medicina Topical de Londres, de acordo com a Associated Press.
Metade dos participantes do estudo relatou ter mantido relações sexuais pelo menos três vezes durante o mês anterior à entrevista. Quando o levantamento foi feito em 1990, cerca de metade dos participantes afirmou que manteve relações sexuais pelo menos cinco vezes durante o mês anterior. Wellings atribui a queda na frequência na qual as pessoas mantém relações sexuais ao uso mais difundido da tecnologia e à crise financeira. E ela pode estar no caminho certo.
“A tecnologia é claramente uma influência excessiva na sociedade de hoje e, naturalmente, atrai o foco de pessoas reais,” Jo Hudson, fundador da Kinky Times, disse ao Huffington Post UK. “As pessoas tocam seus smartphones mais do que tocam seus parceiros. Para o nosso dinheiro, a proibição do telefone na hora de dormir é tão crucia quanto o veto à tecnologia na mesa de jantar.”
E a frequência do sexo não é a única coisa que mudou desde 1990. Os britânicos relataram terem expandindo seu repertório sexual para incluir diferentes partes do corpo e mais parceiros do mesmo sexo. Cerca de 16 por cento das mulheres relataram ter tido uma experiência com o mesmo sexo, em comparação com cerca de sete por cento dos homens. E ambos os sexos também relataram praticar mais sexo anal e oral.
Mas as mulheres, de longe, parecem ter abraçado a sexualidade de uma forma totalmente nova desde o primeiro estudo. De acordo com a AP, o número médio de parceiros sexuais relatados por mulheres dobrou desde o primeiro levantamento, aumentando de quatro para oito. Entre os homens, o número médio de parceiras sexuais aumentou de nove para 12.
“Houve um relaxamento das restrições sobre a expressão sexual”, disse Debra Lynne Herbenick, que liderou uma pesquisa similar nos Estados Unidos, de acordo com a AP. “As pessoas estão mais livres agora para explorar seus interesses sexuais.”