Cirurgia Plástica

Cirurgia plástica: mitos e verdades

Por Redação Doutíssima 11/01/2014

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Cirurgia plástica: mitos e verdades

O Brasil já está em segundo lugar no ranking mundial de cirurgias plásticas, totalizando cerca de 905 procedimentos realizados por ano.

Atualmente, perde apenas para os Estados Unidos, com 1,1 milhão. Dentro dessa realidade, um dado que merece atenção. Segundo um levantamento do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp), 97% dos processos judiciais motivados por cirurgias plásticas são contra médicos sem título de especialista.

Não precisa ir muito longe. Você já parou para pensar, por exemplo, que o anestesista é o principal responsável por avaliar se um paciente pode ou não operar e em quais circunstâncias se dará a cirurgia?

Possivelmente você ainda não tenha consciência disso, uma vez que o maior interesse dos pacientes, geralmente, é o valor da cirurgia plástica. Mas saiba que a ausência desse profissional durante o planejamento desse tão esperado “sonho” pode acarretar sérios problemas.

Isso tudo porque enquanto cabe ao cirurgião plástico o cumprimento do resultado estético desejado pelo paciente, ao anestesista fica a responsabilidade considerada por muitos como a mais importante: a de que a pessoa saia ilesa, e viva, da mesa de operação.

No entanto, pode-se notar em alguns hospitais e até mesmo clínicas que não possuem autorização regulamentada para funcionarem, que os pacientes conheçam os anestesistas somente no dia da cirurgia. O que pode ser um erro fatal.

A opção por ausentar esse profissional das consultas que são feitas previamente, acontece, muitas vezes, para reduzir o preço da avaliação médica.

“Tecnicamente o anestesista administra os medicamentos anestésicos para que haja uma cirurgia com segurança. Além disso, ele monitora, controla e acompanha o quadro fisiológico do paciente – freqüência e ritmo cardíacos, pressão arterial, respiração etc.

Sem ele, não há cirurgia”, explica o anestesista e diretor clínico da Dream Plastic, Fabrício Veloso.

Apesar disso, muitas pessoas ainda têm medo das complicações que uma anestesia pode ocasionar, devido aos mitos criados e histórias de terceiros.

No entanto, é importante ter em mente que muitos pacientes chegam a ter problemas graves durante a cirurgia justamente por ignorar a importância e a necessidade de se conhecer o anestesista antes. Pois o profissional deve levantar todo o quadro clínico da pessoa para ter garantias de que ela pode dar sequência ao procedimento junto ao cirurgião plástico e demais especialistas.

Diferentes tipos de anestesia

Peridural: realizada entre as vértebras da coluna, pode ser utilizada para cirurgias de tórax, abdômen, braços e pernas.

O medicamento é o mesmo da anestesia geral, geralmente associada à sedação, para que a paciente se sinta mais confortável.

É justamente a anestesia peridural que será utilizada em cirurgias plásticas como a mamoplastia, lipoaspiração e abdominoplastia. Por ser vasodilatadoras, contribui na prevenção de tromboses.

Geral: tecnicamente trata-se de um coma induzido por medicamentos. A anestesia geral é realizada por via endovenosa (pela veia) e respiratória, promove anestesia do corpo todo e a necessidade de intubação e assistência ventilatória (mecânica).

Geralmente, esse procedimento é indicado em cirurgias maiores ou onde os bloqueios anestésicos não agem. Possui maior tempo de recuperação e não se faz necessária, na maioria das vezes, em cirurgias plásticas.

Local: como o próprio nome sugere, esse tipo de anestesia age apenas no local onde é realizada a cirurgia. Aplicada na pele, ela é indicada para procedimentos pequenos e em regiões estritas, por exemplo, cirurgias plásticas no rosto. O tempo de recuperação é menor.

Raquidiana: realizada dentro do canal medular (na coluna), ela anestesia toda a região abaixo do ponto onde foi injetada a medicação. Indicada para cirurgias localizadas, ou seja, que ocorrem apenas nas regiões anestesiadas.

Com duração média de até 4 horas, ela permite maior ação do cirurgião em toda a área anestesiada e o paciente não necessita de ajuda para respirar (intubação).

Como identificar um bom profissional anestesista?

 

Antes de qualquer procedimento cirúrgico, a paciente deve exigir (baseado na resolução n° 1802/2006 do CFM) uma consulta com um anestesista para esclarecer todas as dúvidas e saber qual o tipo de anestesia será utilizado.

Além disso, o paciente deve sempre verificar a formação acadêmica e experiência do anestesista. Além disso, precisa consultar se o mesmo é um profissional especializado e membro da Sociedade Brasileira de Anestesiologia.

MITOS E VERDADES DA CIRURGIA PLÁSTICA

Prótese de silicone tem prazo de validade: 

Parcialmente Verdade – Apesar de todo o implante de silicone sofrer algum desgaste com o tempo, espera-se que ele dure no mínimo 10 anos. Contudo, não é possível dizer exatamente qual o prazo de validade de uma prótese, o que se sabe é que elas não são “eternas”. Muitas delas possuem garantia vitalícia, o que também não significa que não precisarão ser trocadas. A paciente apenas não terá custos com uma nova prótese.

O implante de prótese mamária impede o diagnóstico de câncer de mama:

Mito: Independente da posição da prótese (atrás ou na frente do músculo), o nódulo cancerígeno começa a se desenvolver na glândula mamária, ou seja, na parte frontal da mama. Sendo assim, os exames serão capazes de identificá-lo, mesmo com a presença da prótese, não afetando em nada no diagnóstico.

Não é recomendável realizar uma lipoaspiração estando acima do peso:

Verdade:Como o intuito da lipoaspiração não é emagrecer, mas melhorar o contorno corporal, estar no peso ideal antes de realizar a cirurgia é aconselhável. Caso a paciente opte por operar, mesmo estando acima do peso, a mesma deve estar ciente de que o procedimento cirúrgico pode não atingir o resultado que ela almejava.

É seguro realizar uma lipoaspiração no consultório médico.

Mito:Consultórios não disponibilizam recursos necessários para realizar esse tipo de cirurgia. Caso tenha alguma intercorrência, não haverá tempo hábil para transferência até um hospital.

Abdominoplastia é capaz de amenizar as estrias.

 
Verdade: Apesar de não ser o foco da Abdominoplastia, amenizar esses incômodos sinais acaba sendo uma conseqüência do procedimento, uma vez que toda região flácida (abaixo do umbigo) marcada também pelas estrias será eliminada.

Fazer musculação é suficiente para eliminar a flacidez do abdome.

Mito: A prática de exercícios físicos é capaz de eliminar a gordura corporal de uma pessoa, porém quem está acima do peso e passa por um processo de emagrecimento terá como conseqüência, justamente um excesso de pele. Ou seja, mesmo “magra”, ela terá flacidez, somente possível de ser eliminada através da Abdominoplastia.