Em período de final de ano é comum ocorrerem diversas confraternizações, sem falar das festas de Natal e Ano Novo. E o consumo de bebidas alcóolicas, que faz parte destas celebrações, se ingeridas em excesso, podem causar a chamada “ressaca” e outros problemas. O médico do Hospital Regional do Gama (HRG), no Distrito Federal, Geraldo Magalhães, ensina como combater os efeitos do consumo excessivo de álcool.
Ao contrário do uso repetitivo do álcool e por tempo prolongado, o uso excessivo eventual, chamado de alcoolismo agudo, geralmente não causa danos definitivos aos órgãos do corpo, apesar de poder causar grande mal estar. “O efeito do álcool é, no primeiro momento, de euforia. Ele tem um efeito sobre o sistema nervoso. A pessoa fica rica, bonita e poderosa. Mas pode ter certeza: tudo que sobe, desce”, ressalta Geraldo Magalhães.
“Da euforia começa a aparecer a depressão. Aqueles músculos e nervos que se sentiam tão poderosos diante do álcool já se sentem fracos e cansados”, relata o Dr. Geraldo sobre alguns efeitos da ressaca. “No outro dia a pessoa estará dolorida e para baixo. Isso porque o sistema nervoso foi tão excitado que agora ele esta sem forças”, reforça o clínico. Ele ainda cita o efeito vascular, a dor de cabeça, vômitos, e a gastrite causada pelo álcool.
Para combater esses efeitos provocados pelo uso excessivo do álcool, o Dr. Geraldo Magalhães, que realiza palestras sobre o consumo do álcool em casas de recuperação e atende também em Centros de Atenção Psicossocial (Caps), sugere a ingestão de muito líquido, principalmente água e eletrólitos – que é o sódio,potássio e o cloreto, que tem o efeito do soro. Além de ingerir alimentos leves, sem muita gordura. “A pessoa bebeu e os amigos resolvem dar café para ele ou então dar um banho frio. Isso é um mito. Não tem recuperação nenhuma”, afirmou o médico. Ele sugere água com açúcar e sal para os casos mais graves.
O maior perigo do consumo excessivo do álcool é chegar ao coma etílico. “Ficou tão excitado que o corpo não se excita mais, e a pessoa chega ao fundo do poço”, revela Geraldo. “O primeiro problema é a pessoa parar de respirar ao entrar em coma alcoólico, que chamamos de apneia. Ou então vomitar e se engasgar com o próprio vômito, o que causa a morte imediata. E a outra coisa é a hipoglicemia, quando se bebe muito sem ter comido. Com isso, os níveis de açúcar no sangue caem e a pessoa entra em coma”, enumera o clínico.
Os Caps são os espaços do Sistema Único de Saúde (SUS) que oferecem um serviço específico para o cuidado, atenção integral e continuada às pessoas com problemas mentais e necessidades em decorrência do uso de álcool, crack e outras drogas.