As pílulas anticoncepcionais são uma escolha bastante popular quando se trata de métodos contraceptivos. Elas inibem o período fértil em razão dos hormônios contidos nos comprimidos. Acontece que depois que a mulher para de tomá-lo é comum o surgimento de preocupações sobre os efeitos dos contraceptivos orais sobre sua capacidade de engravidar.
Período fértil de quem toma anticoncepcional
Uma mulher que toma o anticoncepcional religiosamente não possui período fértil – isso vale apenas para quem jamais esquece. De todo modo, é importante entender como os ciclos menstrual e fértil funcionam quando você não está fazendo uso de contraceptivos orais. Dessa forma é mais fácil entender o funcionamento da pílula.
Quando há um ciclo típico, ocorre a liberação de um óvulo pelo ovário e também de hormônios que dirigem o restante do período fértil. Algumas características são modificadas – por exemplo, a secreção vaginal toma uma forma para facilitar a mobilidade do esperma. Se você menstruar, isso que o óvulo não foi fecundado e está sendo liberado. Em linhas gerais, esse é o fluxo durante a menstruação.
Quem toma pílula ingere hormônios sintéticos que enviam um conjunto diferente de sinais ao sistema reprodutivo. Não há ovulação e as secreções vaginais tornam-se mais grossas para dificultar a ação de espermatozoides de tentar chegar a um eventual óvulo. Além disso, o revestimento endometrial não se acumula tanto.
Para que isso aconteça e a pílula seja totalmente eficaz, é necessário seguir as orientações da cartela. Além disso, é importante tomá-la todos os dias no mesmo horário, bem como verificar com seu médico eventual interação na eficácia caso esteja tomando outro medicamento.
Fertilidade depois dos anticoncepcionais
Muitas dúvidas surgem na cabeça das mulheres quando elas decidem parar de tomar a pílula e engravidar. As mais comuns são sobre o ciclo após a interrupção, se o uso anterior afeta a fertilidade e quanto tempo depois é possível engravidar. De forma surpreendente, há poucos estudos disponíveis para elucidar essa questão.
Um recente da Universidade de Düsseldorf, na Alemanha, comparou as características do ciclo de mulheres que tinham parado recentemente de tomar a pílula com aquelas que jamais a haviam usado. E as conclusões servem para responder em parte as dúvidas acima.
Foi identificado que 57,9% dos primeiros ciclos depois da suspensão da pílula não foram ovulatórios. Verificou-se ainda que houve perturbações frequentes no grupo pós-comprimido até o sétimo ciclo. Por fim, notou-se que os distúrbios do ciclo após o uso da pílula eram todos reversíveis, e que a regularidade retornou em média a partir do nono mês ou um pouco mais adiante.
Além disso, há fatores que podem desempenhar um papel no tempo necessário para retomar a fertilidade depois de interromper o uso da pílula. Eles são a idade e a paridade (número de filhos anteriores), segundo um estudo publicado no The British Journal of Family Planning.
Para chegar a essa conclusão eles compararam mulheres com idades de 25 a 29 anos e 30 a 35 anos separando-as em dois grupos: as que já haviam dado à luz e as que jamais o haviam feito. Para aquelas que já tiveram filhos, a diminuição da fertilidade após a interrupção da pílula foi de curta duração em ambos os grupos etários.
No entanto, as mulheres de 25 a 29 anos que nunca tiveram filhos apresentaram algum prejuízo na fertilidade após a interrupção da pílula – embora o efeito também tenha sido relativamente curto. Já nas mulheres de 30 a 35 anos sem filhos o atraso foi um pouco mais significativo, mas também reversível.
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