A hemoterapia é a retirada de uma pequena quantidade de sangue através da veia de um paciente, inserindo-a em um músculo da própria pessoa (braço ou nádegas). A hemoterapia é utilizada para aumentar as defesas do corpo contra doenças como a Diabetes, Hepatite B, Hipertensão, Malária e outras. A hemoterapia consiste em um tipo de transfusão sanguínea do sangue de uma pessoa para ela mesma. Porém, toda transfusão sanguínea possui riscos. Ainda não se sabe se a hemoterapia pode ser apresentar riscos ao organismo ou não, é necessário que estudos científicos sejam aprofundados para comprovar os riscos e benefícios do tratamento.
A polêmica em torno da hemoterapia
A hemoterapia, também chamada de auto-hemoterapia, entrou recentemente em evidência na mídia nacional, provocando muita discussão em torno do assunto. O Conselho Federal de Medicina divulgou que esta técnica não possui nenhum fundamento científico, e declara a proibição aos médicos de aconselharem ou aplicarem a técnica, sob pena de processo. O Conselho Federal de Enfermagem declarou em seu site que também não aconselha enfermeiros a exercer a técnica: “Trata-se de um tratamento médico para o qual não há consenso técnico e científico e nem aprovação dos conselhos profissionais da área saúde, em relação aos seus possíveis efeitos benéficos”.
O presidente da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH) publicou recentemente um comunicado via internet, expressando veementemente que ele condena a técnica de auto-hemoterapia, e afirmando que nenhum estudo científico foi publicado sobre a terapia, não tendo ela a minima validade científica: “Enquanto não se descobre mais sobre os potenciais da auto-hemoterapia, é preciso saber que esse método só deve ser empregado dentro de protocolos clínicos aprovados pelo Conselho Nacional de Saúde, considerando que é um tratamento ainda no nível experimental”.
É preciso, realmente, realizar uma avaliação cautelosa sobre a hemoterapia. O CFM a classifica como uma técnica terapêutica que ainda não foi aprovada pela comunidade médica, necessitando mais estudos para que sua aplicação seja validada. Porém, a SBHH se engana quando afirma que essa terapia não tenha nenhum fundamento, ou que não exista nenhum estudo nacional ou internacional publicado sobre ela. Na base de dados Pubmed, do NIH (Instituto Nacional de saúde americano), maior base de dados médicos do mundo, aproximadamente 106 estudos científicos foram publicados sobre a hemoterapia – sendo a maioria deles estudos clínicos. Este número ainda não é suficiente, mas ao menos é um sinal de que algumas pesquisas já foram realizadas sobre a técnica. Além disso, um dentre estes 106 estudos foi realizado no Brasil. Nele, algumas vacas apresentando uma infecção cutânea chamada de ectima receberam tratamento a partir da hemoterapia, enquanto outras receberam tratamento a partir de um antisséptico a base de iodo – tratamento convencional para a doença. Ao final de uma semana, 26% das vacas que haviam realizado hemoterapia apresentaram melhoras, contra apenas 8% das vacas que receberam o tratamento convencional. Nenhum efeito colateral ou agravamento foi descrito no estudo.
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