Câncer: há mais de 3 mil anos entre os humanos:
As maiores e melhores descobertas feitas pelos seres humanos se dão, usualmente, quando diferentes meios do conhecimento se unem mesmo que involuntariamente, em busca de uma resposta em comum. É o que aconteceu em março deste ano no atual Sudão: a arqueologia se uniu às ciências médicas e acaba de oferecer aos pesquisadores do câncer uma possível nova chave para a compreensão desta que é uma das doenças mais graves e misteriosas – no que concerne a busca para sua cura completa.
Um grupo de arqueólogos da Universidade de Durham e do Museu Britânico encontraram, em março de 2014, evidências de tumores que se desenvolveram num esqueleto de 3 mil anos de idade encontrado em uma tumba no Sudão. A análise foi feita utilizando radiografia e um microscópio eletrônico de varredura, o que lhes proporcionou a obtenção de uma imagem clara e eficaz, perfeita para pesquisas mais aprofundadas. Tal imagem mostrou que o câncer em questão havia afetado ossos da clavícula, escápulas, braços superiores, vértebras, costelas, pélvis e coxa.
Segundo uma das pesquisadoras da Universidade de Durham, Michaela Binder, que liderou toda a expedição e examinou minuciosamente o esqueleto, este conhecimento adquirido de restos humanos de longa data podem de fato colaborar para compreensão da evolução das doenças modernas.
Esta descoberta é também interessante pois, além do câncer ser uma das principais causas de morte no mundo atual e acabar de ganhar uma nova possibilidade de pesquisa, registros arqueológicos no qual indícios desta doenças estavam explícitos nunca haviam sido encontrados. Desta forma, a ideia de que os cânceres tinham como como origem principal os hábitos da vida moderna foi posta embaixo da terra.
O esqueleto encontrado é de um jovem adulto do sexo masculino, na faixa dos seus 25 e 35 anos na data de sua morte. Os restos foram encontrados exatamente no sítio arqueológico de Amara Oeste, no norte do Sudão, no Nilo, a 750 quilômetros da capital.
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