O sistema de transplante no Brasil foi melhorando nos últimos dez anos. O número de transplantes realizados aumentam cerca de 25% ao ano desde 2013, segundo as estatísticas. Números que deixam o país em segundo lugar em número de transplantados no mundo.
Apesar dos números serem grandes e mostrarem sucesso, uma fila de transplante é muito grande e demorada. São cerca de 70 mil pessoas esperando na fila, segundo dados da Aliança Brasileira de Doação de Órgãos e Tecidos. Mesmo com a grande quantidade de doadores, a demanda é muito maior do que a procura.
Como funciona o sistema de doação de órgãos?
Se a pessoa possuir um histórico limpo de doenças que possam prejudicar o funcionamento do órgão e de doenças que possam provocar contaminações como hepatite, adis ou câncer, ela pode doar seus órgãos.
Na doação de rins, é possível uma doação de um dos órgãos em vida e para doar as córneas, é possível até 6 dias após a morte.
Não existe restrições de idade para a doação de órgãos, só é necessário uma compatibilidade do quadro clínico do doador com o receptor, isto quer dizer, os dois devem possuir o mesmo tipo sanguíneo, peso e tamanho de órgãos semelhantes e compatibilidade genéticas que evitam a rejeição.
Para que o procedimento aconteça, é preciso que a família do paciente autorize a doação. Por isso, é importante deixar claro para seus familiares se este é o seu desejo.
Além de todas as restrições e limitações, a rapidez é importantíssima para que o transplante tenha sucesso. Órgãos como o pâncreas, o coração e o pulmão, por exemplo, só sobrevivem por até quatro horas entre a retirada e a doação, por isso, normalmente, as duas cirurgias ocorrem simultaneamente. O fígado sobrevive até 24 horas fora do organismo, o rim de 24 horas até 48 e a córnea até seis dias, desde que mantida em condições próprias de conservação.
Como entrar na fila de transplante?
Para entrar na fila de transplante, o médico do paciente precisa cadastrá-lo na lista única. Já na fila de transplante, os receptores são classificados de acordo com as necessidades, ou seja, conforme o órgão que será transplantado, tipos sanguíneos e outras limitações. Segundo o doutor Agenor Ferraz ” quando surge um doador, seus dados são fornecidos ao computador que, munido de um programa que obedece a legislação brasileira para os transplantes, fornece as listas com os prováveis receptores ordenados de acordo com o tempo de espera ou o grau de compatibilidade com o doador. O paciente para ser inscrito no cadastro das centrais precisa ser atendido e seguido por uma equipe médica de transplante.”
A fila de transplante possui uma ordem cronológica de inscrição. Os receptores então são selecionados a partir desta lista e em função da gravidade ou compatibilidade sanguínea e genética com o doador. Porém, a distribuição realizada dos órgãos depende de outros critérios além do tempo na fila de transplante. Essa ordem varia de acordo com o órgão a ser transplantado. “Se o paciente é candidato ao transplante de fígado, o parâmetro será a gravidade da doença. Já no caso de doações de córnea ou pâncreas, por exemplo, quem recebe o transplante é o primeiro da fila. Assim que houver um doador, ele poderá fazer o transplante. Já quem precisa de rim irá depender da compatibilidade genética”, explica o doutor José Medina Pestana.
Os critérios de desempate na fila de transplante são diferentes de acordo com o tipo de órgão ou tecido. A gravidade do caso é o motivo prioritário, assim alguns pacientes passam na frente dos demais. E crianças possuem prioridade quando o doador é criança e quando estão concorrendo com adultos.
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