Tudo começa com uma pequena dor de cabeça, um início de resfriado, um incômodo na garganta. Sintomas que consideramos simples abrem espaço para a automedicação, uma prática simples, nas que pode causar sérios danos à saúde e, inclusive, matar.
Automedicação revela déficit na saúde
No Brasil, assim como em outros países, é comum que as pessoas façam uso da automedicação. Há quem afirme que isso se dá pelo fato de que muitas pessoas não têm acesso a planos de saúde, somado à consequente demora no atendimento público.
Tal cenário leva à opção de resolver os problemas de saúde sem conversar com um médico. E como se resolve? Por meio de indicações ou do conhecimento popular limitado que se tem a respeito de medicações.
É assim que se inicia uma corrida às farmácias em busca de analgésicos (remédios para dor), de anti-inflamatórios (remédios para inflamações gerais), bem como de antitérmicos para a febre.
Brasil, o campeão da automedicação
Esse hábito faz com que o Brasil seja campeão da automedicação, tanto com os componentes genéricos ou de marca, prescritos ou não e comprados em farmácias online ou físicas. Há agilidade e conforto na prática, no entanto, muitos não atentam para os problemas que o hábito pode causar.
Um dos maiores problemas da automedicação é que essa prática pode mascarar os sintomas iniciais de uma doença, prejudicando o resultado de um diagnóstico posterior feito por médicos.
Além disso, tomar remédios por conta própria pode também acarretar em um agravamento das doenças, visto que os sintomas podem sumir temporariamente da gama de diagnóstico.
Em caso da utilização de antibióticos, é preciso muito mais cuidado: o abuso dessa classe de medicamentos pode fortalecer os microorganismos a serem combatidos, criando uma resistência à doença e prejudicando, assim, a eficiência necessária para os tratamentos.
Outros riscos da automedicação
Também é preciso atentar para o fato que o uso de remédios de forma exagerada pode trazer complicações relacionadas à mistura de substâncias. Caso estejamos consumindo qualquer outro medicamento que possa ser incompatível com o da automedicação, podemos sofrer desde a anulação até a potencialização dos efeitos.
Um exemplo clássico é a eliminação dos efeitos anticoncepcionais feitos pelos antibióticos, que, sem orientação e prevenção, pode resultar em uma gravidez indesejada.
Outro dos efeitos de uso inadequado de remédios é referente ao diagnóstico de apendicite aguda, que costuma ser automedicada com antibióticos. Essa prática pode evoluir o quadro, fazendo com que possa ser necessária intervenção cirúrgica devido à peritonite.
Da mesma forma, doenças intestinais ou gástricas podem ter a eficácia retardada ou mascarada por remédios de efeito analgésicos ou que melhoram provisoriamente o processo digestivo. Por isso, a investigação no tubo digestivo faz-se tão fundamental.
E os efeitos negativos da automedicação não param por aí. Quando utilizados de forma incorreta ou irracional, remédios mal administrados podem trazer consequências como reações alérgicas (devido à falta de conhecimento da intolerância a determinado componente), dependência (a pessoa acaba se medicando em qualquer situação e confundindo os sintomas) e até mesmo intoxicações (que podem levar ao hospital para uma lavagem gastrointestinal, que, se não feita em tempo hábil, pode levar até à morte).
Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!