Quando comecei a minha formação urológica, toda cirurgia para tratar o câncer do rim era realizada pela chamada “via clássica” ou cirurgia aberta. Assim, era necessário fazer uma grande incisão na região lombar da pessoa operada.
Este tipo de abordagem permitia uma boa identificação das estruturas anatômicas, principalmente um bom controle da artéria e das veias que irrigam o rim. Era uma boa abordagem cirúrgica, mas apresentava algumas desvantagens.
Acontece que o tipo de incisão realizada era dolorosa e o tempo de internação era um tanto ou quanto prolongado. Mas, como referi em artigos anteriores, a Urologia tem tido uma grande evolução técnica.
Na área do tratamento dos cânceres do rim, a evolução da técnica cirúrgica tem sido feita no sentido de uma cada vez menor invasão da pessoa e numa preocupação crescente de preservação do rim funcionante. Em termos práticos, isto significa que o tipo clássico de cirurgia para tratar o câncer do rim vem sendo substituída pela cirurgia laparoscopica. Mesmo a intervenção para a remoção completa do rim (nefrectomia radical) começa a ser substituída pela remoção da porção do rim afetada pelo câncer (nefrectomia parcial ou tumorectomia).
A evolução da cirurgia para tratar o câncer do rim
Os estudos sobre a cirurgia para tratar o câncer do rim nos obriga a uma actualização constante. A partir desta minha pesquisa, cheguei rapidamente à conclusão de que a melhor opção para o tratamento cirúrgico do câncer do rim seria a cirurgia laparoscopica.
Estes estudos levaram-me a centros de referência de nível mundial, em Leipzig, Barcelona e Cleveland, onde pude aprender com os cirurgiões que dominam as técnicas mais avançadas no tratamento deste tipo doença.
A cirurgia laparoscopica é actualmente considerada a técnica padrão para o tratamento de um câncer localizado no rim. Ao executar esta cirurgia para tratar o câncer do rim são feitas três ou quatro pequenas incisões na pele, cada uma delas com uma dimensão que varia entre cinco e dez milímetros. É através delas que introduzimos os instrumentos cirúrgicos construídos especificamente para executar este tipo de cirurgia.
Estas pequenas incisões provocam muito pouca dor no período após a cirurgia. Quando é preciso remover o rim por completo, opto por fazer uma pequena incisão na região inguinal. As pequenas incisões no abdômen e a pequena incisão na região inguinal para a remoção do rim com câncer, são geralmente pouco dolorosas.
Analisando os resultados que tenho obtido ao longo dos anos no tratamento cirúrgico dos cânceres do rim, verifico claramente que as pessoas tratadas pela técnica laparoscopica tiveram tempos de internamento mais curtos e bem menos dor no período após a cirurgia.
Para a pessoa tratada, esta evolução na técnica da cirurgia para tratar o câncer do rim representa um retorno mais rápido à sua rotina, além da redução significativa das dores.
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