Saúde

Displasia campomélica é condição rara que afeta o desenvolvimento

Por Redação Doutíssima 07/12/2014

Descrita pela primeira vez na década de 1970, a displasia campomélica é uma doença rara, que ataca crianças e recém-nascidos e, em geral, manifesta-se ainda no período pré-natal.

 

Também denominada nanismo campomélico, a síndrome tem nomenclatura derivada das palavras gregas kamptós (curvo) e mélos (membro), porque consiste em uma associação variável de anormalidades esqueléticas e fragilidades ósseas.

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Doença não tem cura e seus efeitos e sintomas são implacáveis. Foto: iStock, Getty Images

Risco da displasia campomélica entre irmãos

 

Com incidência próxima de um caso para cada 300 mil nascimentos, a patologia apresenta uma hereditariedade autossômica dominante, que chega a 57% entre irmãos. Em outras palavras, casais que já têm um filho acometido pela displasia campomélica costumam ser orientados a evitar nova gravidez, pois o risco de o quadro se repetir é enorme.

 

Parcela significativa dos recém-nascidos portadores da anomalia acaba morrendo logo após o parto, em função de insuficiência respiratória, outra característica da doença. O índice de sobrevivência é muito baixo (não ultrapassa 10% dos casos) e, em geral, aqueles que alcançam a infância jamais mantêm uma vida normal.

 

Entre as principais complicações de quem sobrevive com a doença estão  pequenas alterações e luxações no quadril, cifoescoliose, infecções respiratórias constantes, perda auditiva e dificuldades de aprendizagem.

 

Além de um grave distúrbio que afeta o desenvolvimento ósseo, gerando deformidades, a  displasia campomélica também é implacável com o sistema reprodutor. Na maioria dos casos, os órgãos reprodutivos internos não coincidem com a genitália externa ou ocorre uma sobreposição dos dois sistemas, assemelhando-se a um quadro de hermafroditismo.

 

As anormalidades esqueléticas variam bastante e englobam modificações congênitas do metabolismo ósseo e da cartilagem, podendo incluir ossos abaulados ou frágeis e alterações na pelve e no peito, além da formação de onze pares de costelas ao invés de doze.

 

O mais comum, entretanto, é a existência de uma curvatura anormal dos ossos longos fetais, particularmente do fêmur e da tíbia. Completam o quadro,  ainda, alterações no cérebro e no coração, malformações renais e dismorfologia facial.

 

Sintomas da displasia campomélica

 

Em função de sua associação com altos índices de mortalidade fetal e neonatal, para que haja alguma chance (ainda que pequena) de neutralizar ou reverter a ação da displasia campomélica, é necessário um diagnóstico antenatal precoce.

 

Ele pode ser feito no segundo trimestre de gravidez, através de ecografia e exige atenção caso indique um ou mais dos seguintes sintomas:

 

– Ossos longos frágeis e encurvados, principalmente dos membros inferiores;

– Pernas curtas

– Onze pares de costelas, ao invés de 12

– Disformologia

– Queixo pequeno

– Face plana

– Fenda palatina

– Ambiguidade sexua;

– Malformações (coração, rim, cérebro)

– Pequena dimensão e luxação do quadril

– Omoplatas subdesenvolvidos

– Anomalias ósseas no pescoço e no peito

– Pés anormalmente rotados (pé torto)

– Cabeça grande, na proporção do corpo

– Mandíbula inferior pequena

– Cartilagem que forma o trato respiratório superior enfraquecida

– Escoliose

– Pequena estatura.

 

Causas

As causas para esta moléstia estão exclusivamente relacionadas a anomalias no gene SOX9, onde ocorrem recombinações ou mutação por fatores ainda desconhecidos.

 

Tratamento

Infelizmente, ainda não existe cura efetiva para a displasia campomélica e o tratamento é apenas sintomático, incluindo geralmente cirurgias corretivas para minimizar os efeitos de algumas alterações ósseas. O diagnóstico precoce, porém, contribui para o aconselhamento parental e o planejamento obstétrico, bem como os cuidados pós-natais.

 

 

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