Clínica Geral

Transplante: parceria entre Brasil e Espanha visa ampliar ações

Por Redação Doutíssima 14/12/2014

Com o intuito de aprimorar as áreas menos exploradas de transplante como, por exemplo, o de coração parado e de múltiplos órgãos, os governos do Brasil e da Espanha firmaram uma parceria para a troca de experiências nesta área.

 

O acordo, estabelecido em novembro, permite que seja feito a transferência de conhecimento na área de transplante de órgãos entre os dois países. A cooperação técnica prevê o envio de especialistas brasileiros à Espanha para atuação em hospitais, onde aprenderão técnicas não aplicadas por aqui. Também está previsto a vinda de especialistas da Espanha.

transplante

A partir de 2015, deverá ser criada uma política para formar profissionaos. Foto: iStock, Getty Images

 

Novas técnicas em transplante

 

Devendo ter início em 2015, as ações estabelecidas pelo Ministério da Saúde devem preencher as lacunas existentes no sistema brasileiro de doação de órgãos e dar os primeiros passos para a criação de uma política pública voltada à formação de profissionais.

 

A medida ainda prevê a discussão da legislação e regulação na área de transplante, a prestação de serviços à população, além da organização de reuniões bilaterais, simpósios e outros encontros, com a participação de especialistas.

 

Segundo o Ministério da Saúde, a escolha da Espanha para a parceria com o Brasil se deu pelo fato do país europeu ser referência na realização de transplante no mundo, tendo um dos programas públicos mais avançados no setor.

 

Por meio da parceria, profissionais do Sistema Único de Saúde terão acesso a experiências espanholas bem sucedidas como, por exemplo, o programa de doação de órgãos a partir de doadores com coração parado.

 

Apesar de não haver chances de sobrevivência para a vítima nestes casos, existem técnicas que permitem o aproveitamento não só do coração, mas também de outros órgãos sólidos, como pulmões e rins.

 

A técnica, chamada de morte circulatória, consiste no uso de um equipamento que atua como um coração artificial, em casos de óbito por parada cardíaca, mantendo a irrigação corporal por mais algumas horas, até que os órgãos aptos para doação sejam retirados.

 

Atualmente, no Brasil, a captação de órgãos só acontece quando é constatada a morte cerebral e é obtida a autorização da família para a doação.

 

Outro interesse do Ministério da Saúde com este intercâmbio se refere a obter mais informações sobre transplante de intestino, primeiro passo para a realização da cirurgia multivisceral, considerada a mais complexa do sistema digestivo por envolver a substituição de vários órgãos de uma só vez.

 

Mapa do transplante no Brasil

 

Para ampliar esta área de conhecimento, o Brasil vai firmar em breve uma parceria com outras duas instituições, sendo uma dos Estados Unidos e outra da Argentina, para que profissionais destes países sejam trazidos para auxiliar em operações deste porte.

 

De acordo com o Ministério, anualmente são registrados dez pedidos de transplante de intestino no Brasil.

 

No primeiro semestre de 2014 foram realizados 11,4 mil transplantes no Brasil, sendo que 95% destes procedimentos são feitos pelo SUS. Ao todo, foram 6,6 mil cirurgias de córnea, 3,7 mil de órgãos sólidos (coração, fígado, rim, pâncreas, rim/pâncreas e pulmão) e 965 de medula óssea.

 

Em 2013, o Brasil fechou o ano com 23.457 transplantes realizados. O índice de doação no Brasil é de 13,5 por milhão de pessoas, enquanto que na Espanha este percentual é de 37 por milhão.

 

 

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