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Exame de PCR: conheça as suas indicações

Por Redação Doutíssima 09/04/2015

Você conhece o  exame de PCR? Ele detecta a presença de processos inflamatórios no organismo, como infecções, neoplasias, doenças reumáticas ou traumatismos. Trata-se de uma simples análise de sangue que verifica a quantidade de proteína C reativa produzida no fígado.

Um valor elevado dessa proteína, também conhecida pela sigla PCR, sugere a existência de um processo inflamatório em curso. No entanto, o exame de PCR é incapaz de dizer a sua origem, ou seja, não serve para identificar qual é a doença que está provocando o quadro. Em compensação, pode ser usado para avaliar a intensidade e a atividade da inflamação e monitorar a doença e a resposta aos tratamentos.

exame de PCR

Exame de PCR diagnostica processos inflamatórios em andamento no organismo. Foto: iStock, Getty Images

A proteína C reativa foi descoberta em 1930 e recebeu este nome porque reagia com polissacarídeo-C dos pneumococos na fase aguda da pneumonia. Recentemente, foi constatado que o valor da PCR pode ser útil também para o diagnóstico precoce de disfunção renal ou para determinar se uma pessoa está infectada com o vírus da dengue.

 

Como os sintomas de dengue são muito parecidos com os de outras doenças, como gripe e virose, o teste auxilia no diagnóstico mais preciso e identifica o material genético do vírus no sangue enquanto ele ainda está se multiplicando.

 

O que revela o exame de PCR?

A proteína C reativa marca a fase aguda de processos inflamatórios ou necróticos do organismo, mais frequentemente associados a infecções bacterianas. Sua pesquisa no sangue está indicada para investigar o estado inflamatório do indivíduo.

Em situações pós-operatórias apresentam maior sensibilidade para detectar as complicações que possam ocorrer. A dosagem da PCR não sofre interferência no caso de anemia, policitemia, esferocitose, macrocitose, insuficiência cardíaca congestiva ou de hipergamaglobulinemia, por isso seu uso tem crescido.

Tem sido constatado o aumento da proteína não só em infecções, mas também na presença de artrite reumatoide, no infarto do miocárdio, na pancreatite necrotizante, em politrauma, em neoplasias, em vasculites, por exemplo.

 

O exame de PCR também serve para avaliar o risco de doença cardiovascular, que em grande parte resultam de inflamação constante nas paredes dos vasos sanguíneos e da acumulação de colesterol nesses vasos.

Pessoas com níveis de PCR acima de 0,3 mg/dL (3 mg/L) e persistentes têm mais risco de desenvolver infarto e AVC. Por isso, diante desta situação, que indica que há um processo inflamatório discreto, porém contínuo, é possível antecipar um tratamento.

É importante salientar que, em geral, não se pede o exame de PCR com o intuito de pesquisar um câncer.  Isso ocorre porque nem todos os cânceres causam elevação da PCR, e quando o fazem, o valor da elevação costuma ser baixo, difícil de ser distinguido de outras situações mais comuns.

Por que realizar o exame de PCR?

A indicação do exame de PCR é válida porque é um método preciso, rápido, seguro e econômico. O porém é em relação à sua característica de “inespecífico”. Portanto, não é um método suficiente para diagnosticar quaisquer doenças.

A dosagem de PCR pode estar elevada no sangue por qualquer situação de inflamação sistêmica. A condição que levou a esta inflamação é que deve ser investigada mais a fundo pelo médico, com outros exames.

Aliás, é importante lembrar que a interpretação dos resultados dos exames deve ser feita pelo médico que solicitou, numa leitura concomitante com o histórico do paciente e exame clínico.

 

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