Você sabe como funciona a mamectomia? Mais conhecida como mastectomia, é um procedimento que implica em uma série de consequências, clínicas e psicológicas. Depois do diagnóstico de câncer, a mulher, na maioria das vezes, precisa encarar a retirada da mama. Mas a boa notícia é que se trata de uma cirurgia que, positivamente, involui.
Quando se fala em uma “involução”, isso quer dizer um procedimento cada vez menos invasivo no decorrer dos últimos anos, poupando um pouco mais a paciente do desconforto gerado.
“Antigamente, a melhor forma de tratar o câncer era com uma retirada total da mama. Hoje, isso não é mais necessário na maior parte dos casos”, afirma o oncologista e presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Evanius Wiermann.
Mamectomia e a tecnologia
De acordo com ele, a mamectomia ou também adenectomia, como explica o oncologista, removia toda a mama, especialmente por que o tumor era detectado tardiamente no passado. Hoje, as novas tecnologias permitem a descoberta do câncer mais cedo, logo, a quantidade da mama retirada é bem menor.
É claro, salienta Wiermann, que cada caso é analisado particularmente. “Vamos encontrar situações em que será preciso a retirada total da mama. Existem casos extremos em que chega-se à necessidade de retirada de músculos e até de ossos da costela da paciente”, diz o presidente da SBOC.
A mamectomia extrema, em que toda a mama ou boa parte dela precisa ser removida, diz o médico, se justifica em casos como quando o tumor está localizado atrás do mamilo ou em uma região mais profunda do seio.
“Mas, no geral, hoje em dia, verifica-se que o mesmo tratamento que seria feito com quimioterapia ou radioterapia depois da remoção da mama, pode ser feito antes, reduzindo o tamanho da cirurgia”, completa Wiermann.
Quando a mamectomia é prevenção
Por outro lado, há a mamectomia preventiva. É quando existem grandes chances de a mulher desenvolver o câncer a partir da genética. Diante dessa conclusão, a mulher submete-se à retirada do seio. Um dos casos que ilustram a situação é a história da atriz Angelina Jolie, que fez uma mastectomia dupla em 2013.
Acontece que esse exame ainda é muito caro, apesar de ser extremamente simples. “Com sete ou 10 mililitros de sangue, é possível fazer, mas o que encarece é a investigação genética. Ainda não está disponível no sistema público, mas alguns convênios já podem fazer, mediante a avaliação de uma série de critérios”, diz Wiermann.
Um outro aspecto destacado pelo médico são as consequências psicológicas da mamectomia. “Esta é uma doença com alto poder destrutivo. Ela afeta a mulher em várias áreas significativas, como sua autoimagem, sexualidade e feminilidade. Por isso, costuma ter um efeito devastador para as mulheres”, diz.
Isso tudo sem mencionar as implicações físicas, lembra Wiermann, como o desequilíbrio entre um lado e outro do corpo, quando a remoção é unilateral.
Assim, ele ressalta que a mulher deve ter em mente seu direito, garantido por lei, de reconstrução estética da mama após a remoção em função do câncer, tanto pelo sistema público de saúde quanto por meio dos convênios médicos.
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