Clínica Geral

Doença rara, síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser afeta a vida sexual

Por Redação Doutíssima 26/04/2015

O nome é incomum, bem como a doença, que é bastante rara. A síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, também conhecida como síndrome MRKH, afeta uma em cada 5000 mulheres e se caracteriza pela ausência total ou parcial da vagina, trompas e útero, entre outras alterações.

 

Síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser e sexo

De acordo com um estudo publicado em 2011 na Revista da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), estima-se que muitas que têm SMRKH descubram apenas pela ausência de menstruação na época da menarca, provocada pela falta de útero, ou na tentativa do ato sexual.

sindrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser

Síndrome rara que afeta mulheres se caracteriza pela ausência do canal vaginal. Foto: iStock, Getty Images

Como o canal da vagina é muito pequeno ou inexistente, é nesses casos que, diante de uma avaliação ginecológica, é diagnosticada a síndrome.

O comum é que o canal vaginal tenha de sete a nove centímetros que, durante a relação sexual, expande-se. Para as mulheres com síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, essa estrutura é bem menor ou inexistente, o que dificulta ou impede o ato sexual por penetração vaginal.

Para muitas, ter uma vida sexual ativa e saudável, em muitos casos, depende de intervenção cirúrgica. Nos casos em que a mulher tem o canal totalmente fechado, torna-se impossível fazer sexo com penetração. Nesses, a única forma de ter uma relação sexual vaginal é por meio de uma cirurgia que reconstrói o interior da genitália.

Por falta de útero, gerar os próprios filhos biológicos é tarefa impossível. Uma alternativa para isso vem da medicina de reprodução assistida, que propõe a fertilização em vitro em uma voluntária para ser barriga solidária e, dessa forma, realizar o desejo de uma portadora de síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser ser mãe.

Adaptação à Síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser

Para as mulheres que têm síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, o tamanho do órgão genital nem sempre é o que determina o prazer. Há casos de mulheres que são diagnosticadas com a MRKH e, à medida em que vão avançando na vida sexual, o canal vai se expandindo.

A busca do prazer para quem tem a síndrome é um mundo de descobertas que passa, primeiramente, pela consciência de que, embora a anatomia seja diferente, a satisfação pode ser a mesma.

Isso acontece porque a parte do corpo que mais excita a mulher, o clitóris, fica na entrada da vagina, portanto independe do tamanho do canal.

 

Tratamentos para a síndrome

Antes de qualquer procedimento, o ginecologista solicita uma ultrassonografia pélvica, rins e vias urinárias. É por meio desse exame que o médico pode avaliar quais são os órgãos que estão comprometidos em função da síndrome.

O tratamento para a síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser é basicamente cirúrgico, nos casos em que há ausência total do canal da vagina. Porém, nos casos em que há a existência do canal vaginal, mesmo sem muita profundidade, uma intervenção invasiva não é necessária.

Nesse caso, o médico faz uso de um molde que, de acordo com os critérios do profissional, pode ser colocado à noite ou de dia, ou ainda praticar exercícios específicos com eles. Esse têm como objetivo expandir naturalmente o canal.

À medida em que o tratamento for avançando, o molde vai sendo substituído por outro. Há casos em que a própria relação sexual faz parte do tratamento. Quando o canal vaginal é menor, embora fechado, fazer sexo dilata o espaço, o que dispensa o molde.

 

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