O nome é incomum, bem como a doença, que é bastante rara. A síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, também conhecida como síndrome MRKH, afeta uma em cada 5000 mulheres e se caracteriza pela ausência total ou parcial da vagina, trompas e útero, entre outras alterações.
Síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser e sexo
De acordo com um estudo publicado em 2011 na Revista da Associação Médica do Rio Grande do Sul (AMRIGS), estima-se que muitas que têm SMRKH descubram apenas pela ausência de menstruação na época da menarca, provocada pela falta de útero, ou na tentativa do ato sexual.
Como o canal da vagina é muito pequeno ou inexistente, é nesses casos que, diante de uma avaliação ginecológica, é diagnosticada a síndrome.
O comum é que o canal vaginal tenha de sete a nove centímetros que, durante a relação sexual, expande-se. Para as mulheres com síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, essa estrutura é bem menor ou inexistente, o que dificulta ou impede o ato sexual por penetração vaginal.
Para muitas, ter uma vida sexual ativa e saudável, em muitos casos, depende de intervenção cirúrgica. Nos casos em que a mulher tem o canal totalmente fechado, torna-se impossível fazer sexo com penetração. Nesses, a única forma de ter uma relação sexual vaginal é por meio de uma cirurgia que reconstrói o interior da genitália.
Por falta de útero, gerar os próprios filhos biológicos é tarefa impossível. Uma alternativa para isso vem da medicina de reprodução assistida, que propõe a fertilização em vitro em uma voluntária para ser barriga solidária e, dessa forma, realizar o desejo de uma portadora de síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser ser mãe.
Adaptação à Síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser
Para as mulheres que têm síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser, o tamanho do órgão genital nem sempre é o que determina o prazer. Há casos de mulheres que são diagnosticadas com a MRKH e, à medida em que vão avançando na vida sexual, o canal vai se expandindo.
A busca do prazer para quem tem a síndrome é um mundo de descobertas que passa, primeiramente, pela consciência de que, embora a anatomia seja diferente, a satisfação pode ser a mesma.
Isso acontece porque a parte do corpo que mais excita a mulher, o clitóris, fica na entrada da vagina, portanto independe do tamanho do canal.
Tratamentos para a síndrome
Antes de qualquer procedimento, o ginecologista solicita uma ultrassonografia pélvica, rins e vias urinárias. É por meio desse exame que o médico pode avaliar quais são os órgãos que estão comprometidos em função da síndrome.
O tratamento para a síndrome de Mayer‐Rokitansky‐Kuster‐Hauser é basicamente cirúrgico, nos casos em que há ausência total do canal da vagina. Porém, nos casos em que há a existência do canal vaginal, mesmo sem muita profundidade, uma intervenção invasiva não é necessária.
Nesse caso, o médico faz uso de um molde que, de acordo com os critérios do profissional, pode ser colocado à noite ou de dia, ou ainda praticar exercícios específicos com eles. Esse têm como objetivo expandir naturalmente o canal.
À medida em que o tratamento for avançando, o molde vai sendo substituído por outro. Há casos em que a própria relação sexual faz parte do tratamento. Quando o canal vaginal é menor, embora fechado, fazer sexo dilata o espaço, o que dispensa o molde.
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