Não é apenas o tipo de parto que leva à cabeça das futuras mamães uma inquietante série de indagações. Os meios para fazer desse um momento menos doloroso também despertam dúvidas. Por isso, conhecer a anestesia raquidiana e saber quando recorrer a ela é bastante recomendado.
A anestesia raquidiana, ou raquianestesia, é indicada para partos de cesariana e foi realizada pela primeira vez no distante ano de 1898 pelo cirurgião alemão August Karl Bier.
Ela é aplicada no espaço onde circula o líquido cefalorraquidiano, pelo qual ocorre transporte de substâncias. Atinge a coluna lombar de forma profunda, com uma agulha de cerca de 12cm, com largura de um fio de cabelo. A injeção única permite o bloqueio motor imediato, mas mantém a mãe consciente.
Antes da aplicação, é realizada uma anestesia local para evitar a dor. Com efeito imediato de cerca de 3 horas de duração, a raquianestesia mantém-se durante o tempo necessário para o médico realizar a cesariana.
Além da cesárea, a anestesia raquiana pode ser usada também em partos normais com anestesia, em conjunto com a peridural, em doses menores e na fase final do parto. Ela é costumeiramente utilizada quando a gestante chega ao hospital em trabalho de parto avançado e já com dilatação.
Pode também ser a anestesia de escolha em procedimentos cirúrgicos, principalmente na região abdominal e extremidades inferiores, como intervenções ortopédicas, ginecológicas, urológicas, vasculares e curetagens.
Os efeitos colaterais da anestesia raquidiana
Entre os efeitos colaterais da raquidiana, estão a chamada cefaleia pós-raqui, caracterizada por uma dor intensa que se manifesta apenas se a mulher está sentada ou de pé. Seus efeitos podem ser reduzidos com repouso (deitar-se) e analgésicos.
Outros efeitos esperados são a pressão baixa, sensação de não conseguir respirar, formigamento no pós-operatório, tremores, coceira ou irritação na pele e até sonolência.
Em alguns casos, também é esperada maior dificuldade para amamentação, uma vez que a mãe pode não conseguir levantar a cabeça para evitar a cefaleia pós-raqui. O tempo de repouso, que já foi de 24 horas, atualmente é estimado em apenas seis horas.
Preparação para a anestesia raquidiana
Os preparos da anestesia raquidiana são simples e incluem jejum absoluto de 12 horas e bexiga vazia. Esse cuidado se justifica por que um dos efeitos colaterais é a possível dificuldade para urinar, que permanece enquanto a raquianestesia fizer efeito.
As vantagens da anestesia raquidiana são a pequena quantidade utilizada, o que minimiza ainda mais os riscos, já raros, de reações secundárias a eles.
Além disso, o início da ação é rápido e se preserva o nível de consciência. Tem baixo custo e boa intensidade de bloqueio sensitivo e motor, além da analgesia prolongada no pós-operatório.
As desvantagens incluem a cefaleia pós-anestesia, diminuída com os avanços técnicos e, raramente, o aparecimento transitório da síndrome da cauda equina e outros sintomas neurológicos.
Cuidados pós-anestesia
Alguns cuidados devem ser observados após a anestesia. Evitar levantar ou movimentar demais a cabeça para não aumentar a cefaleia é um deles. Além disso, a paciente deve permanecer em sala de recuperação até que a anestesia raquidiana comece a passar e a sensibilidade seja retomada.
Se mesmo com estes cuidados a bexiga encher e apresentar dor, pode ser colocada uma sonda para esvaziá-la. Ao levantar-se a paciente deve fazer isso lentamente e por etapas, para evitar tonturas.
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