Quando surgem as novidades, em qualquer área da vida, as expectativas costumam estar cercadas de dúvidas e receios. Com a chegada do primeiro filho, não é diferente – e pode ser que nada se compare a isso. Ao mesmo tempo em que se prepara para ser mãe, a mulher pode ter questionamentos quanto à sua capacidade de cuidar bem do bebê que está por vir.
De acordo com a neonatologista Renata Lamano, as principais dúvidas das mães em relação ao primeiro filho geralmente são a respeito da amamentação e do sono.
“Cuidados rotineiros como banho, limpeza do umbigo, soluços, espirros e quantidade de roupas a usar também são dúvidas comuns”, diz a médica, que atua no Amparo Maternal, mantido pela Associação Congregação de Santa Catarina, de São Paulo (SP).
Cobranças que chegam com o primeiro filho
Todas essas questões, segundo Renata, estão relacionadas ao desejo da mãe de cuidar do filho da melhor maneira possível, o que gera uma cobrança interna muito grande na mulher. “Por isso, é comum o medo de não ser uma boa mãe, principalmente no puerpério, que é uma fase de muitas transformações”, comenta a médica.
Nessa etapa, de acordo com Renata, a mulher tem que lidar com as alterações hormonais pós-parto e com a responsabilidade de cuidar e alimentar o primeiro filho, o que muitas vezes pode gerar ansiedade e insegurança.
Se você tem passado por isso ou conhece uma nova mamãe que está vivenciando essas dúvidas, fique tranquila. Todos esses medos são normais no início da vida do bebê e da nova mãe, segundo a neonatologista.
O limite da normalidade começa a ser ultrapassado quando o temor impossibilita ou paralisa a mãe em relação aos cuidados com o primeiro filho. “Em alguns casos, a mãe passa a não confiar nos próprios instintos, o que interfere na relação com o bebê”, sinaliza. Pode ser hora de procurar ajuda médica ou orientação psicológica.
Equilíbrio para cuidar do primeiro filho
O quadro de temor excessivo diante das dúvidas e insegurança sobre como cuidar do primeiro filho pode ser prevenido, desde a gravidez. A dica de Renata é que, durante a gestação e o parto, a mãe se conecte ao bebê e à experiência que ela está vivendo.
“Entender que gestação tem a ver com saúde e procurar informações confiáveis que a auxiliem a encontrar a melhor forma de dar à luz e, posteriormente, alimentar seu filho, é importante”, diz.
Renata defende, ainda, que o ideal é que o parto seja o mais fisiológico possível, sem intervenções médicas desnecessárias, para proporcionar o contato entre mãe e bebê e permitir a amamentação assim que ele nascer. “Essas atitudes ajudarão no nascimento da nova mãe e no vínculo e conexão com seu bebê”, justifica.
Durante os primeiros meses da criança, deve-se incentivar contato pele a pele entre mãe ou pai e o bebê, pois isso ajuda o recém-nascido a enfrentar esse período de transição.
O parceiro pode ajudar, participando dos cuidados com o bebê, encorajando a mãe em suas atitudes, permitindo que ela descanse, quando possível, e estimulando o aleitamento materno.
“Caso ele também tenha dúvidas e medos, o ideal é buscar informação técnica a respeito das questões e contar com a ajuda de um pediatra de confiança para tirar as dúvidas”, orienta a médica.
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