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Citomegalovírus: veja como evitar a contaminação do bebê

Por Redação Doutíssima 18/07/2015

Vírus da família do herpes, o citomegalovírus (CMV) tem contaminação fácil e os sinais da doença são variáveis. Os casos mais preocupantes ocorrem na gravidez, quando a doença pode afetar o desenvolvimento do feto. Por isso, conhecer o problema e seus sintomas é importante para manter a saúde da mãe e do bebê em dia.

 

O que é e como é contraído o citomegalovírus

O Ministério da Saúde informa que a infecção congênita por esse vírus é um importante problema de saúde pública devido ao elevado risco de consequências adversas tardias.

citomegalovirus

Gestantes devem tomar alguns cuidados de higiene para evitar reinfecção de CMV. Foto: iStock, Getty Images

O órgão estima que entre 0,5 a 1% de todos os recém nascidos sejam infectados pelo citomegalovírus de forma congênita. Dos bebês portadores, estima-se que aproximadamente 10 a 15% apresentam sinais clínicos ao nascer.

De acordo com Claudio Gonsalez, infectologista do Hospital Villa Lobos, o citomegalovírus pertence à família do herpes, que incluem os causadores da catapora, herpes simples, herpes genital e do herpes zoster. Segundo ele, a transmissão pode ocorrer das seguintes formas:

– Pelas vias respiratórias (tosse, espirro, fala, saliva, secreção brônquica e da faringe servem de veículo para a transmissão do vírus)

– Por transfusão de sangue

– Por transmissão vertical da mulher grávida para o feto (congênita) durante o parto

– Pela amamentação após o parto (perinatal)

– Por via sexual (nesse caso, ele é considerado causador de doença sexualmente transmissível)

– Por objetos como xícaras e talheres (embora esse tipo de transmissão seja pouco comum, ela é possível porque o vírus não é destruído pelas condições ambientais)

 

O Ministério da Saúde esclarece que, em geral, apenas a condição congênita, transmitida de mãe para filho durante a gestação, gera riscos à saúde do feto.

 

Quanto aos sintomas, eles podem não existir ou ir de um discreto mal estar até problemas graves que comprometem o aparelho digestivo, o sistema nervoso central e a retina do olho.

 

Após a aquisição do vírus, ele permanece latente no organismo, quando qualquer baixa na imunidade pode reativar a infecção.

 

Riscos do citomegalovírus para o feto

O infectologista fala que, assim como outras viroses,  o citomegalovírus quando infecta gestantes pode trazer comprometimento para o feto. Como os sintomas são inespecíficos, podendo estar ausentes, é preciso ter atenção. Segundo ele, cerca de 50% dos fetos infectados podem exibir alterações no exame de ultrassom.

O entrevistado lista as sequelas mais comuns da infecção no bebê durante a gestação:

– Calcificações intracranianas periventriculares

– Hidropsia fetal

– Microcefalia

– Ventriculomegalia

– Hidrocefalia

– Restrição do crescimento fetal

– Polidrâmnio

– Oligoâmnio

– Placentomegalia

– Hiperecogenicidade intestinal

O infectologista informa que, infelizmente, não há tratamento específico para evitar a infecção congênita do citomegalovírus em bebês. O Ministério da Saúde lembra o fato da maior parte da população ser portadora do vírus e recomenda que gestantes evitem a reinfecção através de alguns hábitos.

Reforçar a higiene, evitar ambientes com muitas pessoas, reduzir o número de parceiros sexuais, sempre usar camisinha (feminina ou masculina) e não compartilhar objetos de uso pessoal são as recomendações de prevenção.

 

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