De acordo com a psicanálise, os sonhos são importantes para que possamos elaborar as frustrações das quais não conseguimos dar conta no decorrer do dia, ou mesmo frustrações reprimidas há mais tempo. Também sonhamos para dar conta da realização de desejos. Mas e quando passamos por um pesadelo, há algo errado?
O “sonho ruim” é um transtorno psicopatológico do sono, de acordo com os manuais de classificação diagnóstica. “Obviamente, fala-se em transtorno do sono quando os pesadelos se intensificam em quantidade, ou seja, em praticamente todas as noites eles acontecem”, explica a psicóloga Roselaine Berenice Ferreira da Silva.
Pesadelo não é terror noturno
É comum que se confunda pesadelo com terror noturno. Os dois não são agradáveis, com certeza, e a diferença é bem sutil. De acordo com Roselaine, terror noturno também é um transtorno do sono e difere-se do sonho ruim em sua forma.
“A pessoa com terror noturno apresenta um pânico exacerbado no momento do sono, gritando e apresentando características de pesadelo. No entanto, não desperta e no dia seguinte não recorda do ocorrido”, explica Roselaine.
No pesadelo, a pessoa se recorda do “sonho ruim” que teve e, algumas vezes, pode acordar assustada durante a noite e lembra-se do que aconteceu. Segundo a psicóloga, estudos apontam que esse tipo de sonho acomete mais os homens, mas é comum também entre as mulheres.
Cuidados com o pesadelo infantil
No que se refere aos pequenos, é preciso uma atenção bem especial. É necessário, obviamente, tranquilizar a criança e não enxergar a situação como “manha”. Roselainde orienta que um dos pais possa ficar com a criança até que ela se acalme.
“Mas depois é importante deixar um brinquedo que possa representar segurança, como uma boneca ou um ursinho de pelúcia, ou mesmo um objeto do pai ou da mãe”, afirma Roselaine.
Esse objeto poderá fazer com que o filho sinta a proteção e a presença dos pais. E isso pode variar bastante, vale uma peça de roupa ou mesmo uma fotografia, algo que seja importante para os pais e que eles o confiem à criança.
Roselaine faz questão de destacar que o fato de a criança ter um pesadelo não deve servir, jamais, como motivo para que ela permaneça na cama com os pais ou fazer com que um dos adultos durma no quarto com ela.
“É preciso passar a ideia de que o filho tem algo do pai ou da mãe que transmita segurança. Caso isso não resolva, é hora de buscar ajuda profissional”, considera a psicóloga.
Um profissional qualificado para lidar com a situação poderá chegar ao ponto em que a criança esteja revelando uma ansiedade muito intensa, com a qual não saiba lidar.
O mesmo vale para adultos, quando os sonhos ruins ocorrem com muita frequência. Um profissional poderá ajudar a sinalizar a raiz do problema, os conflitos que não estão sendo resolvidos. Cada pessoa tem a sua história e, consequentemente, seus próprios dramas.
Por isso, é fundamental que essa trajetória seja apresentada ao terapeuta. Essa história será o material para a evolução positiva do indivíduo.
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