Lobisomens existem? Pode até ser quem sim para quem tem licantropia. O termo é usado para descrever pessoas com problemas psicológicos que acreditam se transformar em lobos durante a lua cheia.
Parece história de conto infantil ou lenda dos séculos passados, mas tanto a psiquiatria quanto o espiritismo têm algumas explicações sobre esse fenômeno raro. A mitologia grega já mencionava a capacidade de alguns indivíduos de zoomorfização, ou seja, mudar de forma para um animal.
Mas foi na Idade Média que a ideia de lobisomem ganhou destaque. Conforme o Guia Didático de Psicopatologia do professor Rogério Henriques, da Universidade Federal de Sergipe, na época a explicação era de que um homem poderia ser possuído por um lobo.
Técnicas de exorcismo eram usadas para lidar com a situação na tentativa de expurgar o demônio animalesco que tomava conta dos adoecidos. Essas pessoas eram colocadas em locais especiais designados para loucos, como uma versão primitiva de ala psiquiátrica de um hospital.
Licantropia clínica: uma doença mental
O termo mais comum usado para indivíduos que acreditam se transformar em animais é zoantropia, sendo a licantropia um termo mais comum para quando a transformação é para lobo ou cão.
Mas em um estudo que avaliou a literatura psiquiátrica sobre o assunto, Jan Dirk Blom, afirma que com o passar dos anos o termo licantropia começou a ser usado mais amplamente para identificar qualquer distúrbio relacionado à transformação em animais.
Segundo o autor, a licantropia é um conceito mitológico para quem tem a capacidade de mudar de forma para um animal, principalmente lobo, e depois retornar a forma humana novamente. Por isso o distúrbio psiquiátrico é descrito com a palavra “clínica” adicionada ao termo.
A doença é uma condição rara em que a pessoa tem delírios relacionados a sua mudança de forma e comportamento para um animal. O diagnóstico é feito por meio da descrição do próprio paciente que acredita que seu corpo passa por alterações, como aumento da quantidade de pelos e desenvolvimento de presas no lugar dos dentes humanos. Um comportamento similar ao de animais pode ser observado em alguns casos.
De acordo com a publicação, esse tipo de delírio tem tendência a acompanhar sinais e sintomas de outras doenças da mente, como esquizofrenia e distúrbio bipolar. O tratamento deve ser feito com medicamentos e acompanhamento psiquiátrico.
Outra visão sobre o problema
O Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas, que trabalha com assistência espiritual e extrafísica, aborda a licantropia do ponto de vista espírita. A explicação dada por essa corrente religiosa é de que espíritos desencarnados de má índole se apresentam de formas animalescas.
Assim, esses espíritos teriam capacidade de agir sobre as pessoas fazendo com que elas passassem a agir de forma semelhante a animais. É uma ilusão causada pela influência de seres desencarnados com intuito de desestabilizar alguém.
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