Espinha bífida é um problema congênito de má formação da coluna. Bebês que nascem com essa doença não possuem algumas das vértebras, fazendo com que a medula espinhal e vias neurais se projetem para fora da linha dos ossos, formando uma espécie de saco.
O problema é dividido ainda em três diferentes má formações: espinha bífida oculta, meningocele e mielomeningocele. Em geral, um procedimento cirúrgico é feito após o nascimento do bebê para corrigir o deslocamento das vias neurais.
Segundo um estudo publicado pela Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, espinha bífida e anencefalia representam 90% dos casos de de defeitos do tubo neural.
A mesma publicação informa que a lesão nervosa é permanente e que a cirurgia apenas corrige o aspecto deslocado do problema. São consequências dessa má formação a possibilidade de paralisia dos membros inferiores, bexiga e intestino além do comprometimento físico e mental.
Cirurgia inédita para espinha bífida
No primeiro semestre de 2015, uma cirurgia foi feita em um bebê ainda no útero materno para corrigir o problema de espinha bífida. Tratar esse defeito ainda na barriga da mãe não é novidade, mas a técnica utilizada é inédita, mais eficiente e mais barata do que as alternativas já existentes.
O feto tinha mielomeningocele, um dos tipos de espinha bífida, que é quando o tubo neural fica exposto e não se forma pele para protegê-lo, deixando a medula em contato com o líquido amniótico. O procedimento consiste em posicionar a medula de volta no local onde deveria estar e colocar uma película protetora que também impede que os tubos grudem na pele.
Tudo é realizado através de endoscopia. Pequenos furos são feitos na barriga da gestante para a introdução de uma câmera e dos instrumentos usados para a correção. A cirurgia toda leva cerca de duas horas.
Ainda não é possível avaliar as consequências desse tipo de intervenção, já que é preciso acompanhar o bebê durante seus primeiros anos de vida e observar o desenvolvimento.
Alimentação pode evitar casos de espinha bífida
O estudo citado no início do texto traz informações importantes sobre a prevenção de má formação dos tubos neurais. O ácido fólico é um elemento importante para que as gestantes possam garantir a saúde do bebê.
Também conhecido como vitamina B9, o ácido fólico é fundamental para a multiplicação das células do feto. A suplementação com essa substância é imprescindível durante a gestação, principalmente nos três primeiros meses.
O risco de problemas de má formação dos tubos neurais é reduzido entre 50 e 70% nas gestantes que adicionam suplementos de ácido fólico na gravidez.
Ter conhecimento da gestação desde o princípio é muito importante para evitar o problema, já que a medula espinhal e o cérebro são formados entre o 18 e 26 dia de gestação, tornando a suplementação necessária desde a concepção.
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