Filhos

Dormir com o bebê aumenta riscos de morte súbita, diz estudo

Por Redação Doutíssima 17/07/2014

Você já deve ter ouvido falar de bebês que morrem de repente – têm morte súbita – enquanto dormem. Isso intriga, assusta e é a morte inesperada durante o sono de criança com menos de um ano de idade, onde a história clínica, o exame físico, a necropsia e o exame do local do óbito não demonstram a causa específica do ocorrido.

 

A morte súbita ocorre no local em que o bebê está dormindo, como a cama ou carrinho, e não existe previamente nenhum sinal consistente indicando que o bebê está em risco de vida, como explica Aline Friedrichs de Souza, pediatra, gastroenterologista pediátrica do Espaço de Saúde Pediátrico, coordenadora da Emergência Pediátrica do Hospital Regina, de Novo Hamburgo (RS).

morte subita

Posição supina para dormir e ambiente propício podem manter bebês em segurança. Foto: iStock, Getty Images

Por que a morte súbita acontece?

De acordo com Aline, estudos epidemiológicos têm sido feitos desde a década de 1960 e já evidenciam um perfil de risco para o problema.

“Esse perfil é composto de fatores maternos e fatores peri e pós-natais: mãe jovem, multípara, intervalo curto entre as gestações, ausência de pré-natal, prematuridade, baixo peso de nascimento, baixo nível sócio-econômico”, completa a pediatra.

Existe predomínio no sexo masculino, 60% dos casos em determinadas etnias, regiões geográficas e nos meses de inverno. “Há fortes evidências de que o risco de morte súbita é maior quando os lactentes dormem na posição prona, (decúbito ventral)”, completa a especialista.

A partir desses dados, foi lançada, na década de 1990, a campanha Reduza o Risco de Síndrome de Morte Súbita do Lactente  (SMSL). Observou-se uma redução de mortalidade pós-natal em até 50% nos países que adotaram a posição supina (barriga para cima) para dormir.

“É sabido que algumas crianças já nascem com risco maior de morte súbita, mas apesar do mecanismo da morte ainda não ser totalmente conhecido, acredita-se que ao fornecemos um ambiente de sono mais propício, eliminamos os fatores ‘gatilho’ das crianças vulneráveis, fazendo com que estas sejam salvas”, comenta Aline.

Prevenção à morte súbita

Conforme a pediatra, existem três recomendações fundamentais baseadas em resultados de pesquisas científicas como alternativas para prevenir o problema: posição supina ao dormir (decúbito dorsal), manter os recém-nascidos em ambiente sem contato com cigarro antes e após o nascimento.

“A cabeça do recém nascido deve ficar descoberta durante o sono. Também sugere-se usar colchões de densidade firme recomendada para a faixa etária”, completa Aline.

Há quem acredite que dormir com o bebê aumenta o risco do problema. Segundo a pediatra não há dados definitivos na literatura médica a esse respeito. Mas a recomendação atual da Academia Americana de Pediatria é que a criança não deva dormir na cama com os pais.

“A criança deve dormir em um berço próximo e pode ficar na cama dos pais para períodos de amamentação e aconchego, sendo colocada de volta em seu berço para dormir. É importante também considerar a opção dos pais pelo co-leito e recomendar situações que promovam um ‘ambiente de sono seguro’ para a criança”, afirma.

Entre essas situações seguras para o bebê, ela destaca: colocar a criança para dormir em posição supina, com roupa de dormir adequada, num local da cama sem risco de queda e que especialmente a mãe não utilize álcool ou drogas que dificultem os cuidados e atenção à criança.

 

 

Gostou do artigo? Qual é a sua opinião sobre ele? Venha compartilhar suas experiências e tirar suas dúvidas no Fórum de Discussão DoutíssimaClique aqui para se cadastrar!