Você anda sentindo um desânimo inexplicável há algum tempo? Cuidado, esse pode ser um sintoma da distimia, uma forma leve e de longa duração da depressão, capaz de interferir na capacidade de desfrutar a vida. As pessoas com essa condição são muitas vezes consideradas excessivamente críticas e queixosas, sendo incapazes de se divertir.
Depressão ou desânimo?
O desânimo afeta a todos em algum momento da vida. Você pode se sentir sobrecarregado repentinamente e ele aparece, levando alegria, entusiasmo e esperança para longe num piscar de olhos. A situação piora quando mau humor, tristeza e vazio tomam o lugar dos sentimentos bons até então presentes. Isso pode ser algo passageiro, mas também é capaz de se transformar em um problema mais grave.
Em outras palavras, você apresenta alguns sintomas de depressão por um curto período de tempo – perde interesse nas coisas, sente-se triste, emocionalmente pesado, mal-humorado e desanimado. A frequência que isso ocorre nas pessoas varia bastante – com algumas acontece uma ou duas vezes por mês, com outras há um episódio por semana.
É importante não ignorar esse estado, do contrário ele é capaz de continuar a crescer. Eventualmente, a evolução dessa leve depressão conduz a um problema um pouco mais complexo: a distimia. Por isso, é fundamental estar alerta quando você sente que algo está mudado, fazendo as adaptações necessárias para contornar a situação.
Distimia é uma forma leve de depressão
A distimia é um tipo mais leve e mais duradouro da depressão. Esse diagnóstico é dado quando a pessoa está se sentindo deprimida continuamente durante pelo menos dois anos. Para as crianças, a duração só precisa ser um ano – e, ao invés de tristeza, a irritação já permite o diagnóstico.
A palavra distimia foi inventada no final dos anos 70 por Robert Spitzer, psiquiatra do Instituto Psiquiátrico do Estado de Nova York. Ela veio para substituir “depressão neurótica” ou “personalidade depressiva”, como esse problema costumava ser chamado. Ela foi incluída no Manual de Diagnóstico Psiquiátrico em 1980.
Essa situação muitas vezes se desenvolve já no início da vida da pessoa e, por isso, não é anormal que uma pessoa pense que estar assim deprimida seja natural. Em razão disso, a doença acaba passando despercebida em certos casos e, por consequência, não é tratada.
Muitas pessoas com transtorno distímico também experimentam episódios depressivos maiores em dados momentos de suas vidas. Elas não tendem a ficar doentes a ponto de ficarem impossibilitadas de realizar atividades do dia a dia, mas a doença é grave o suficiente para causar aflição e interferir na vida pessoal.
Há evidências ainda de que a distimia aumenta o risco de comportamento suicida. É o que indica um estudo neozelandês de sete anos publicado na revista Archives of General Psychiatry. Os cientistas descobriram que as taxas de comportamento suicida em pessoas com distimia foram semelhantes às taxas de quem tinha depressão maior. Por isso, precisa de tratamento.
Como acontece com qualquer doença crônica, o diagnóstico precoce e o tratamento médico podem reduzir a intensidade e a duração dos sintomas depressivos e diminuir a probabilidade de recaídas. O tratamento específico deve ser prescrito por um profissional especializado, mas normalmente inclui psicoterapia, aconselhamento, antidepressivo ou uma combinação deles.
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