Os atletas foram os primeiros a adotá-la e as modelos estão tornando-a parte da preparação pré-passarela. A crioterapia de corpo inteiro é uma sauna inversa: usa-se a refrigeração por nitrogênio líquido. Trata-se da mais recente terapia de beleza, mas que exige alguns cuidados em razão dos riscos que pode envolver.
Como funciona a crioterapia?
Como algo saído de um filme de ficção científica, esse tratamento envolve três minutos em pé dentro de uma câmara de congelamento profundo. A temperatura despenca a níveis absurdos – quase a -160ºC. Os locais que disponibilizam a técnica exigem que clientes usem luvas e botas como proteção contra queimaduras.
A crioterapia foi originalmente desenvolvida no Japão no final dos anos 70 para tratar a artrite reumatoide. Atualmente esse procedimento promete coisas que vão muito além da ideia original: acabar com até 800 calorias, acelerar o metabolismo, liberar endorfinas, aliviar dores musculares, melhorar o sono, acalmar a inflamação, reduzir a celulite e até mesmo reverter sinais de envelhecimento.
Em tese, a técnica envolve colocar o corpo em estado de perigo, ou seja, exposto a frio extremo. Isso forçaria o organismo a entrar em modo de preservação, fazendo com que o cérebro emita sinais ao restante do corpo para aumentar a temperatura corporal e acelerar o metabolismo. Terminada a sessão, o sangue enriquecido poderia circular e aumentar imunidade e renovação celular – apaziguadores da dor natural.
Há um crescente número de pesquisas que exploram os efeitos do procedimento no organismo humano, mas a maior parte delas busca verificar impactos sobre desempenho atlético e método alternativo para alívio da dor. Todavia, nem sempre os resultados são positivos.
Um estudo do Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports, por exemplo, descobriu que o tratamento não diminuiu a lesão muscular em um grupo de voluntários que tinha concluído exercícios de resistência fatigantes. Quanto aos demais benefícios associados, ainda carecem de maior investigação científica.
Procedimento pode envolver riscos
Chelsea Ake-Salvacion estava esperando para acalmar o corpo dolorido no final do dia com um mergulho rápido em um dos tanques de crioterapia em Nevada, Estados Unidos. Infelizmente, a sessão acabou de forma trágica quando a jovem de 24 anos foi encontrada morta no dia seguinte.
Quem defende o procedimento diz que ele é seguro quando usado corretamente – algumas clínicas não permitem que as pessoas ingressem nas máquinas sem supervisão, o que não ocorreu com Chelsea. De toda forma, essa fatalidade levantou várias questões relativas à segurança – sobretudo pela exposição ao frio extremo.
Por exemplo, depois que termina a sessão algumas pessoas experimentam sensações de frio ou apresentam dores de cabeça e náuseas. As temperaturas baixíssimas também possibilitam o risco de queimaduras em áreas sensíveis do corpo.
Esse procedimento também não é indicado para todos. Para que ela seja considerada segura e eficaz, só deve ser usada por pessoas que não tomam certos medicamentos ou possuam determinadas condições de saúde.
Quem apresenta problemas como hipotireoidismo, tuberculose, doenças respiratórias, cardíacas, circulatórias e do sistema nervoso, entre outros, há maior risco de efeitos colaterais – muitos dos quais podem ser graves ou perigosos.
Além disso, é possível que os riscos aumentem em pessoas com mais de 60 anos de idade, transtornos emocionais e problemas de abuso de substâncias, bem como naquelas que não têm grande tolerância ao frio. Por isso, antes de buscar essa técnica é válido conversar com um profissional especializado para saber se você está apta para ela.
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