Clínica Geral

Nova DST identificada por cientistas nem sempre causa sintomas

Por Redação Doutíssima 09/12/2015

Você já ouviu que a camisinha é a melhor forma de se proteger contra várias doenças. Acontece que cientistas têm indicado agora que ela pode ser uma forma importante para se proteger contra mais uma DST da qual é pouco provável que você tenha ouvido falar.

 

A micoplasma é uma bactéria capaz de afetar centenas de milhares de adultos – e muitas vezes é assintomática.

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Preservativos e higiene sexual cuidadosa são as melhores formas de prevenir. Foto: iStock, Getty Images

 

Estudo evidencia um novo tipo de DST

Uma recente pesquisa reforça a evidência crescente de que a infecção por uma bactéria chamada Mycoplasma genitalium ​​trata-se doença sexualmente transmissível. Os resultados foram publicados no International Journal of Epidemiology e mostram uma análise feita com 4,5 mil amostras de urina da Pesquisa Nacional de Atitudes Sexuais e Estilos de Vida da Grã-Bretanha.

 

Segundo estatísticas, essa doença foi detectada em cerca de 1% da população com idades entre 16 e 44 anos e que relataram ter pelo menos um parceiro sexual. A prevalência era muito maior naqueles que relataram mais de quatro parceiros sexuais no último ano – 5,2% em homens e 3,1% em mulheres.

 

O estudo também analisou fatores de risco como etnia, número de parceiros e áreas de privação. Houve uma forte associação com comportamentos sexuais de risco e também verificado que homens negros que vivem em áreas mais necessitadas mostram-se mais propensos a testar positivo para essa bactéria.

 

Curiosamente, a maioria dos participantes positivos não relatou sintomas de DST no último mês. Mais da metade das mulheres não expuseram qualquer sintoma, enquanto algumas indicaram sangramento após a relação sexual. Quanto aos homens, 90% dos que testaram positivo não mencionaram nenhum sintoma.

 

Como tratar o problema

A Mycoplasma genitalium causa uma infecção como clamídia ou gonorreia, mas poucas pessoas ouviram falar porque ela é relativamente nova. Essa bactéria é capaz de infectar uretra, garganta, colo do útero e ânus. Em mulheres, ela pode ir além do colo do útero, afetando as trompas de Falópio e o útero e causar doença inflamatória pélvica, cervicite e uretrite.

 

Ela é um tipo de bactéria que não possui parede celular e, por isso, não é afetada por antibióticos comuns como a penicilina – que ataca justamente essa área. É geralmente tratada com dose única de antibióticos bastante específicos.

 

Em muitas pessoas ela pode não apresentar sintomas. Quando esses sinais aparecem, normalmente incluem dor ao urinar e na região pélvica e corrimento vaginal incomum – ou no pênis para os homens. Caso você apresente uretrite recorrente de causa desconhecida, vale conversar com seu médico sobre a possibilidade de ela ser causada por essa bactéria.

 

As pesquisas indicam que essa bactéria é capaz de ser transmitida através do sexo – oral, vaginal ou anal – ou brinquedos sexuais contaminados. Para complicar, o portador pode ser uma pessoa assintomática. Ou seja, os preservativos e a higiene sexual cuidadosa são as melhores formas de prevenir a transmissão – embora nem sempre seja fácil considerando a existência de tantas rotas de entrada.

 

A infecção por Mycoplasma genitalium foi descrita pela primeira vez em 1980, mas apenas nos últimos anos foi notado um aumento significativo de casos. Os efeitos a longo prazo ainda não são claros, mas estudos têm sugerido que ela pode causar inflamação da uretra ou colo do útero, doença inflamatória pélvica e até mesmo infertilidade feminina.

 

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