Se você é mãe e gosta de usufruir do tempo de lazer no Facebook, já deve ter sido convidada para participar do desafio da maternidade. A brincadeira, aparentemente inofensiva, consiste em compartilhar três fotos que expressam a felicidade de ter filhos. Mas o que parecia ser uma corrente virtual como outra qualquer virou alvo de polêmica.
O desafio da maternidade já dividia opiniões desde o seu surgimento em janeiro, na Inglaterra. Por lá, ele foi acusado de ser presunçoso e insensível, por retratar uma ideia romantizada, uma falsa realidade do que é ser mãe. No Brasil, a usuária Juliana Reis teve seu perfil bloqueado na rede social depois de fazer um desabafo.
“Desafio NÃO aceito! Me recuso a ser mais uma ferramenta para iludir outras mulheres de que a maternidade é um mar de rosas. Quero deixar bem claro que amo meu filho, mas odeio ser mãe”, diz trecho da postagem feita pela dona de casa.
Amores e dores no desafio da maternidade
Não existe amor igual ao de mãe e filho: se você já passou por essa experiência, sabe disso. Mas o fato de envolver uma relação incondicional de afeto não exclui as dificuldades no desafio da maternidade. Sejamos realistas: é uma responsabilidade enorme e os choros e as noites sem dormir fazem parte do processo.
Embora as taxas de natalidade tenham diminuído nos últimos anos, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que o perfil materno está se reinventando. Em 2014, a apuração de dados coletados entre 2003 e 2012 mostrou um aumento de 17,6% em relação ao número de mulheres que engravidaram depois dos 40 anos.
É claro que a idade em que você decide ter filhos também tem influência sobre a forma como você encara a maternidade. Mas independente disso, há situações difíceis com as quais você sempre pode se deparar. Em resposta ao desabafo da internauta Juliana, muitas mães se solidarizaram com os desafios enfrentados por ela.
As situações que podem assustar as mães começam desde a gestação, pois todo o corpo sofre alterações significativas por conta da ação dos hormônios. O parto, em si, também é motivo de preocupação: normal ou cesárea, qual a melhor opção? Depois que a criança nasce, a dificuldade de amamentar pode gerar ansiedade.
Sem falar nas várias situações em que uma mãe pode se sentir preocupada ou desamparada, como quando o filho fica doente, não come direito ou se sente deslocado na escola. Todos esses desafios são parte natural da jornada da maternidade. Mas ficar triste às vezes não significa que você não ame o seu filho.
Entenda o que é a depressão pós-parto
Nem todas as mães apoiaram Juliana Reis em seu desabafo. Algumas internautas, inclusive, sugeriram que ela sofre de depressão pós-parto. A condição não é incomum: de acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 40% das mulheres grávidas desenvolvem a depressão pós-parto e 10% delas sofrem com o nível mais severo.
De acordo com a psicóloga Adriana Fregonese, a depressão pós-parto é marcada por intensas mudanças corporais, hormonais e emocionais. Alterações transitórias de humor, choro fácil, irritabilidade, tristeza, fadiga, dificuldade de concentração, insônia e ansiedade são alguns dos sintomas.
Não se sabe exatamente o que causa esse distúrbio, mas conforme explica a especialista, é comum que mulheres diagnosticadas apresentem rotinas estressantes, quadros de ansiedade, relacionamento conjugal instável, ausência de apoio familiar ou dificuldades financeiras.
É também comum que a mãe desenvolva sentimentos de fracasso diante da responsabilidade por um bebê e não saiba lidar com suas oscilações de humor. Se for o seu caso, não hesite em procurar ajuda, pois uma relação materna contínua e íntima é importante para a saúde mental e o desenvolvimento da personalidade da criança.
E você, o que pensa sobre o desafio da maternidade? Deixe sua opinião sobre a maternidade nos comentários. E não esqueça de compartilhar suas experiências e tirar dúvidas no Fórum de Discussão Doutíssima! Clique aqui para se cadastrar!