Há uma nova tendência no mundo das gestantes adeptas de técnicas mais naturais: o parto de lótus, no qual o cordão umbilical não é cortado imediatamente após o nascimento. Enquanto os especialistas defendem que essa pode não ser uma boa ideia, as mamães que optaram por essa escolha afirmam que a técnica pode favorecer a criança.
Como funciona o parto de lótus
O cordão umbilical costuma ser cortado logo após o nascimento, separando a criança da placenta – órgão responsável pelo fornecimento de nutrientes e oxigênio, além da filtragem de resíduos, dióxido de carbono e outros gases na vida intrauterina.
Para os adeptos do parto de lótus, no entanto, o cordão umbilical ligado à placenta não deve ser cortado, mas sim cair naturalmente – o que ocorre geralmente em dez dias após o nascimento.
A técnica se tornou popular na década de 1970, sendo que até então só havia sido observada em chimpanzés. Em 1974, a americana Claire Lotus procurou o apoio de um médico e foi capaz de levar seu filho para casa do hospital com sua placenta e cordão ainda ligado.
Imediatamente após o parto, o cordão umbilical pulsa enquanto transfere sangue da placenta para o bebé e vice-versa. Quem opta por esse tipo de prática acredita que essa troca é capaz de beneficiar o recém-nascido.
Há ainda a modalidade do parto de lótus curto ou parcial. Nesses casos, o bebê eventualmente é separado da placenta depois de esperar quatro a seis horas, quando o cordão para de pulsar.
Benefícios e possíveis riscos do parto de lótus
Não há qualquer evidência científica que sugira que deixar o cordão umbilical ligado ao bebê por longos períodos proporcione benefícios. Porém, atrasar o corte por cerca de três minutos permite uma maior transferência de nutrientes, segundo pesquisadores da South University.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) também concorda quanto à existência de vantagens no atraso do corte. De acordo com a entidade, isso é capaz de melhorar o nível de ferro da criança. Cerca de 80ml de sangue são transferidos entre a placenta e o bebê em apenas um minuto após o nascimento.
Em compensação, especialistas indicam que deixar o cordão sem cortá-lo por muito tempo é capaz de representar riscos para o bebê. Mais especificamente, de distúrbios neonatais como policitemia – quando há elevado número de glóbulos vermelhos.
Conforme o Royal College of Obstetrics and Gynecologists, na fase pós-parto a placenta é essencialmente um tecido morto, que contém sangue e nenhuma circulação. Dessa forma, deixar o bebê ligado a ela o torna suscetível a infecções.
Vale saber ainda que cuidar de um recém-nascido ligado à placenta é uma experiência bastante desafiadora. Pode ser bastante difícil para as mamães lidarem com os odores e o manuseio da criança quando o cordão permanece intacto por muitos dias.
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