A doação de óvulos é um procedimento cada vez mais procurado. Seja por algum problema de fertilidade ou pela idade avançada, muitas mulheres encontram na técnica uma chance de realizar o sonho da maternidade.
Ainda assim, o processo costuma gerar dúvidas tanto para quem doa quanto para quem recebe. Ou seja, vale a pena se informar bem antes de seguir em frente e tomar um decisão. Afinal, também existem riscos.
Entenda como funciona a doação de óvulos
O ginecologista e obstetra Domingos Mantelli esclarece que a doação de óvulos pode ocorrer em várias situações. “Para mulheres que tiveram menopausa precoce, as que já passaram por vários abortos espontâneos, tiveram falência da função do ovário ou doenças genéticas, além de casos de casais homoafetivos”, aponta o especialista.
A doação ocorre quando uma mulher cede seu óvulo para ser fecundado e transplantado para o útero de outra mulher. A coleta acontece após a doadora passar pelo processo de estimulação ovariana, que ocorre a partir de medicamentos oferecidos no início do ciclo menstrual, explica o médico.
Geralmente, as doadoras são jovens e voluntárias. De acordo com ele, dez dias após a administração dos medicamentos é realizado um exame para saber se os óvulos estão preparados. “Eles são coletados através de uma agulha introduzida na vagina da doadora”, diz Mantelli.
A partir do exame, é possível detectar se está tudo pronto ou não para a transferência. Se estiver, são captados os espermatozoides e é realizada a fecundação em laboratório, onde ocorre a maturação. Por fim, eles são introduzidos no útero da mulher de forma semelhante a do exame de papanicolau.
No Brasil, a lei estipula que a doação deve ser feita de forma anônima. A mãe da criança é considerada aquela que carregou a criança no ventre – e não a que forneceu o óvulo.
Há riscos na doação de óvulos?
A doação de óvulos é um procedimento que pode oferecer alguns riscos tanto para quem doa quanto para quem recebe. “Como são administrados medicamentos, há risco de a doadora desenvolver a chamada Síndrome da Hiperestimulação do Ovário (SHO), caracterizada por um aumento da produção do hormônio estradiol”, conta Mantelli.
Em caso de gravidez da própria doadora, o que pode acontecer é o surgimento de um quadro de trombose e inchaço. Já para a receptora, há dois principais riscos no processo. O primeiro é a chance de se desenvolver uma gravidez ectópica, ou seja, fora do útero – que pode colocar a vida da mulher em risco.
Não pode ser descartada também a possibilidade de uma gestação de gêmeos, que varia de 25% a 30% em mulheres abaixo de 35 anos. Ela é considerada uma gravidez de risco, pois geralmente acarreta em parto prematuro. Por isso, antes de apostar na doação de óvulos, revise bem todos os prós e contras do procedimento com o seu médico de confiança.
E aí, já pensou em fazer uma doação de óvulos? Deixe a sua opinião sobre o assunto.