Se você acha que fumar durante a gestação não traz prejuízos à sua saúde ou à do seu bebê, é melhor repensar essa posição. O uso de cigarro na gravidez foi tema de um estudo realizado por cientistas das universidades de Durham e Lancaster, no Reino Unido.
Ao utilizar ecografias 4D de fetos e mostrar as suas reações cada vez que as mães fumavam, os pesquisadores observaram que os bebês faziam mais “caretas” e movimentos da boca e das mãos tocando o rosto, enquanto suas mães fumavam. E foi aí que as reações negativas no útero despertaram o alerta.
A pesquisa foi desenvolvida no Hospital James Cook University, em Middlesbrough com a participação de 20 gestantes e, entre elas, quatro fumantes. O estudo acompanhou os movimentos dos fetos com 24, 28, 32 e 36 semanas.
Cigarro na gravidez gera danos irreversíveis
O tabagismo não faz bem à saúde e isso todo mundo já sabe. E, quando se trata de gestante, os danos podem ser irreversíveis ao feto e surgir até mesmo ao longo da vida da criança. Isso inclui problemas como o aumento do risco de transtorno de déficit de atenção e de doenças congênitas, por exemplo.
De acordo com o obstetra Luiz Fernando Leite, do Hospital e Maternidade Santa Joana, cigarro na gravidez prejudica tanto mãe quanto o bebê. “O tabagismo durante a gestação implica em menor aporte de nutrientes e oxigênio para o bebê, causando maior risco de baixo peso ao nascer e ainda prematuridade“.
Estudos recentes mostram que as crianças afetadas pelo cigarro na gravidez, em geral, apresentam menor volume de massa cinzenta e branca no cérebro. A massa cinzenta inclui regiões responsáveis pelo controle muscular, memória, emoções e fala. Já na massa branca estão as fibras que conectam regiões responsáveis pelo processamento das emoções, decisões e atenção.
Com o prejuízo destas áreas, os filhos de mães que consomem cigarro na gravidez podem ser propensos à depressão e ansiedade.
Conforme o médico, quanto mais a mãe fuma, mais toxinas e menos nutrientes o bebê recebe.
“Não existe uma quantidade segura de cigarros que uma mulher possa fumar durante a gestação. Quanto maior o número de cigarros consumidos por dia, maior o risco de alterações no organismo tanto da mãe quanto do feto”, afirma o médico.
As piores consequências do cigarro na gravidez
A tendência à dependência química do cigarro está entre as piores consequências desse hábito. A afirmação é resultado de estudos já realizados com filhos de fumantes. Se esse vício está associado ao estresse da mãe, o prejuízo é incrementado.
“Muitas vezes, o cigarro está relacionado a alterações de comportamento materno e isso levará a um risco maior do bebê ter também essas alterações, já que os bebês são um reflexo do ambiente do lar”, alerta Leite.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a capacidade pulmonar dos filhos de mulheres que usaram cigarro na gravidez em relação às não fumantes é duas vezes menor, assim como também é maior a chance de ocorrer morte repentina do bebê.
Cerca de 24% das mulheres não deixam de fumar após descobrirem a gravidez. O ideal, no entanto, é que interrompam o vício não apenas durante a gravidez, mas também na amamentação, já que também há o prejuízo na produção do leite.
Para o bem da sua saúde, que tal parar de vez com o hábito?
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