Cada pessoa é diferente da outra e possui uma personalidade característica. Algumas falam muito rápido e são consideradas ansiosas. Outras, por falarem muito devagar, são vistas como reflexivas ao extremo. A questão que fica é: a forma como falamos interfere no nosso jeito de ser?
Primeiro, é preciso entender o conceito de personalidade. Conforme o Instituto de Análise do Comportamento de Curitiba (IACC), o termo vem da palavra persona, que representa as máscaras que os atores gregos utilizavam para caracterizar os comportamentos dos personagens.
Além disso, conforme a psicóloga Lisane Luz Pacheco, em muitos momentos, a forma que falamos interfere em nossa personalidade. Ela acredita, porém, que não seja somente isso, já que algumas pessoas falam de forma semelhante aos pais – ao falarem errado, com a língua presa nos dentes, muito rápido ou devagar. É uma forma de imitação.
Nem sempre é possível afirmar que a fluência da fala está associada ao pensamento. Em muitos momentos, as pessoas querem – e precisam – falar e pensar muito rápido, mas a fala não acompanha o pensamento.
“Acabamos falando e deixando palavras para trás, por exemplo. O ideal é encontrar o equilíbrio e falar calmamente para que possamos respirar, pensar e falar”, sugere Lisane.
Personalidade prejudicada pela voz
De acordo com a psicóloga, é possível identificar os sinais que surgem quando a relação da voz e personalidade começa a se fragilizar, quando o jeito ou a forma de falar está atrapalhando a vida, as relações e as decisões que precisam ou deixam de ser tomadas.
Nos adultos, verifica-se que a fala pode atrapalhar a vida quando os demais não compreendem a pronúncia, escrita ou até mesmo quando outras pessoas sinalizam dizendo: “repita por favor, não te entendi” ou “desculpa, repete, não compreendi o que você disse”.
“Nas relações ou decisões, acredito que seja um pouco mais complexo de responder, pois depende muito de com quem esta pessoa se relaciona, algumas conseguem compreender muito bem mesmo que se fale rápido, “enrolado”, devido ao tempo de convivência ou até mesmo de treino auditivo’, hábito”, comenta a psicóloga.
Assim, o jeito de ser pode sofrer uma visão distorcida por parte do outro, de quem convive com a pessoa.
Colocando voz e personalidade em sintonia
Segundo Lisane, o tratamento ideal para pessoas que têm a personalidade fragilizada pela maneira como falam é a terapia que pode, ou não, estar associada ao trabalho de um profissional da fonoaudiologia.
Ela acredita que a terapia em conjunto com a fonoaudiologia é uma técnica bastante produtiva, pois enquanto uma trabalha questões de ansiedade e frustrações, a outra trabalha com os fonemas e pronúncias. “Uma trabalhando as questões psíquicas e outra as orgânicas quando for necessário”, diz Lisane.
Outra questão que ela considera importante salientar é o aspecto da cultura. “Há culturas em que todos falam alto e juntos por natureza e todos se entendem e conseguem falar juntos sem grandes dificuldades de compreensão”, avalia.
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