Os fãs de literatura erótica contam com uma variedade enorme de publicações a seu dispor. Não são apenas romances e kama sutra que integram a biblioteca desse público, mas também quadrinhos eróticos.
Bastante populares no Japão, um nicho desse gênero é denominado hentai e sofre inúmeras diferenças das histórias em quadrinhos (HQs) convencionais. Não costumam existir super-heróis ou drama, mas sim uma narrativa pornográfica.
No Brasil, os quadrinhos eróticos se popularizaram entre os anos 1960 e 1970. Editoras publicavam essas histórias como uma forma de manifestação cultural, driblando a censura e a repressão da Ditadura.
Hoje ainda sobrevivem exemplares e uma cultura repaginada, que estimula a fantasia do casal e proporciona ainda mais criatividade no prazer. Conheça mais sobre esses quadrinhos e aproveite para ler com o parceiro.
Histórico dos quadrinhos eróticos
Os quadrinhos eróticos mais populares parecem ter se desenvolvido na França. No entanto, foi na Itália que ganharam sofisticação e conquistaram as exigências do público e da crítica.
Com influências do cinema, as gravuras ganhavam toques das narrativas de grandes diretores, como Fellini. Misturando erotismo e história, as HQs retratavam o abandono da moral católica e a entrada à revolução sexual.
Guido Crepax é um dos quadrinistas que mais se destacou no estilo, tornando-se mundialmente famoso. Elevando o erotismo das páginas a uma forma de arte, ele desenhava desde criança.
Com a linguagem dos quadrinhos, publicou diversos trabalhos, desde capas de LPs até livros, revistas e comerciais publicitários. Estudou arquitetura e engenheira, sendo convidado a trabalhar nas maiores publicações do mundo à época.
Foi em 1965, com o surgimento da revista Linus, dirigida por Umberto Eco, que Crepax realizou sua maior criação. Como a obra era voltada aos fãs de quadrinhos, o artista desenhou Valentina, uma personagem que conquistou o público por ser independente e sensual.
A mulher dos quadrinhos se tornou um símbolo da revolução sexual e passou a representar a mulher de seu tempo.
Valentina também fez com que Freud se encantasse pelos quadrinhos eróticos. Ele considerava os desenhos uma forma terapêutica de liberar as fantasias, soltando a imaginação. Aproveitando as características psicodélicas que marcaram a década de 1960, a personagem passava por experiências surreais, lésbicas e sadomasoquistas, mas sem fazer uso de drogas.
Com recursos inovadores, Crepax utilizava planos detalhes, cortes bruscos e closes, técnicas do cinema que encontravam sentido no contraste de claro-escuro para os desenhos. Os cenários, roupas e elementos de cena eram uma preocupação constante do artista, que abusava de detalhes na lingerie e construía uma nova visão sobre os quadrinhos e a própria cultura erótica.
Como aproveitar os quadrinhos eróticos
Se você deseja fazer um uso criativo e íntimo dos quadrinhos eróticos, uma opção é propor ao seu parceiro uma aventura pelo universo das histórias. Vale copiar as cenas, os figurinos e as situações. Abuse da imaginação e recrie as aventuras sensuais dos personagens na vida a dois.
Faça dos quadrinhos uma fonte de inspiração para sua própria vida sexual. Viva entre quatro paredes o mundo das narrativas com personagens de desenho, remontando até mesmo as posições.
Mas sempre saiba o limite entre a fantasia e a realidade para não abusar ou causar danos físicos e psicológicos a si mesma e ao parceiro.
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