A poluição do ar já não se restringe somente a efeitos nocivos mais conhecidos, como câncer de pulmão e danos ao sistema respiratório. Os males causados por ela vão mais longe e podem ser responsáveis até pelo entupimento das artérias, aumentando o risco de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ataque cardíaco.
A conclusão foi de pesquisadores de universidades americanas de Michigan e Washington, publicada no PLoS Medicine Journal em 2013.
Segundo o estudo, a exposição às partículas poluídas no ar pode ser ligada a um enrijecimento mais rápido das artérias, inclusive em pessoas saudáveis, e aumentar o risco de AVC e de ataques cardíacos.
Estudo sobre poluição
Os pesquisadores iniciaram o estudo com 5.500 pessoas nos Estados Unidos. No princípio, foi realizado um ultrassom para medir a espessura da artéria carótida de cada participante. Ao mesmo tempo, eram cadastrados os endereços de cada um.
O segundo passo foi levantar a qualidade do ar nos endereços fornecidos levando em conta uma série de variáveis para medir a poluição, como proximidade às principais ruas e rodovias.
Isso foi usado para estudar precisamente a qualidade do ar em que cada participante vivia. Durante cinco anos, as artérias dos participantes foram monitoradas regularmente.
Conclusão sobre a poluição
Depois de todos esses monitoramentos, os cientistas concluíram que a exposição a altas concentrações de partículas finas presentes no ar poluído provoca acelerado espessamento das artérias. Em contrapartida, com a redução da poluição, o que ocorre é uma progressão mais lenta deste espessamento.
Os resultados, segundo os estudiosos, sugerem que as pessoas que vivem nas regiões mais poluídas da cidade têm maior risco de AVC e ataque cardíaco, 2% mais em comparação a pessoas que vivem em lugares menos poluídos da mesma área metropolitana.
Os dados do estudo reforçam ainda que os poluentes do escapamento de veículos aumentam o risco das doenças cardiovasculares. Os resultados mostram que a ação dos agentes poluidores, como barulho, fumaça, violência, entre outros, são cruciais para a saúde do coração.
Por isso, sugerem que as pessoas evitem praticar atividades físicas em locais com grande concentração de poluentes.
Outros estudos sobre o assunto
Em outro estudo, de 2011, estudiosos da London School of Hygiene and Tropical Medicine, Inglaterra, revisaram 79.288 casos de ataques cardíacos de 2003 a 2006 e a exposição a níveis de poluição por hora.
Eles usaram o UK National Air Quality Archive para investigar os níveis de poluentes específicos na atmosfera, o que inclui partículas chamadas PM10, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio, dióxido de enxofre e ozônio.
A conclusão foi de que altos níveis de poluição podem aumentar o risco de um ataque cardíaco em até seis horas após a exposição. Entretanto, o risco apenas se estende nas seis horas seguintes à exposição.
Os pesquisadores observaram que o infarto do miocárdio dos participantes teria acontecido de qualquer maneira, mas foi antecipado.
Para eles, é comprovado que a exposição ao ar poluído aumenta a mortalidade geral, o que mostra a importância de um rigoroso controle dos poluentes na atmosfera.