Os pacientes com vitiligo que recebo no consultório me contam histórias muito tristes, recheadas de preconceito e ignorância. Não consigo entender essa fixação do ser humano pela cor da pele, julgando e classificando pessoas de acordo com a “pintura” de seu corpo ou com suas características físicas. O pior é que, com o tempo, algumas pessoas com vitiligo passam a acreditar que realmente não merecem amor. Daí vejo, com tristeza, surgirem as mais diversas complicações que nada têm a ver com a pele, mas com uma cabeça cheia de tristeza e insegurança.
O vitiligo é uma doença que atinge as células que dão cor para a pele, os melanócitos. Essas células deixam de produzir a “tinta”, chamada melanina, e a pessoa vai ficando com falhas de coloração. Isso costuma ser visto no rosto, nas mãos, região genital, cotovelos e joelhos, mas pode estar presente em qualquer parte do corpo. Muitos estudos são feitos no mundo inteiro para descobrir como prevenir e tratar essa alteração da cor da pele, mas ainda não sabemos a sua causa exata. Embora a medicina ainda não saiba porque o vitiligo surge, todos temos certeza de uma coisa: vitiligo não pega.
Da próxima vez que ouvir alguém falando sobre esse assunto, faça questão de mostrar o que você sabe. Conte que vitiligo não passa por contato físico e que a pessoa com vitiligo merece todo o nosso respeito e carinho. Não é nada fácil ser alvo dos olhos curiosos (e às vezes preconceituosos) o dia inteiro, mas tudo pode ficar bem mais leve com amigos que sejam companheiros e que mostrem ao mundo que nada é mais importante do que o respeito e a aceitação do outro exatamente como ele é.
Ah… e vitiligo tem cura? Essa é outra pergunta que ouço toda hora. Na semana que vem vou falar um pouco sobre isso.