Bem-Estar > Motivação > Slider Home

Campanha aborda tipos de violência contra a mulher

Por Tatiana Barros 30/09/2016

A violência contra a mulher no Brasil é um assunto muito mais presente e assustador do que pode parecer. O país ocupa o quinto lugar, entre 84 países, no ranking de feminicídio da ONU Mulheres. E não é só isso: pesquisas revelam que 3 em cada 5 mulheres brasileiras sofreram, sofrem ou sofrerão violência em um relacionamento afetivo. Isso porque 41% dos casos de violência doméstica acontecem dentro de casa e 57% iniciam-se após o término de uma relação. Mas, os números poderiam ser incrivelmente mais alarmantes se pesquisas como essas considerassem não apenas a violência física que atinge mulheres, mas também abrangendo para todo tipo de tortura psicológica, moral, sexual e emocional; violências silenciosas responsáveis por, muitas vezes, deixarem marcas ainda mais dolorosas que as físicas.

Celebridades e ativistas participam da campanha sobre tipos de violência contra a mulher. (Foto: Instagram)

Celebridades e ativistas participam da campanha sobre tipos de violência contra a mulher. (Foto: Instagram)

Campanha #Tambéméviolência alerta para tipos de violência contra a mulher

Segundo a Lei Maria da Penha, violência doméstica é “qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”. Mas raramente denúncias de casos de violências além da física são efetivadas. Pensando nisso, a OND Artemis – organização que luta pela autonomia feminina – lançou a campanha #Tambéméviolência, para reiterar a importância de se falar e combater toda forma de violência psicológica e moral contra a mulher.

De acordo com Raquel Marques, fundadora e presidente da ONG Artemis “no geral, nenhuma violência física ou sexual em um relacionamento afetivo acontece sem ser precedida por violências psicológicas ou morais, por isso é essencial para todas as mulheres entenderem que qualquer tipo de ofensa, ameaça ou abuso psicológico também é violência”. Além disso, ela completa “a violência patrimonial, no qual o agressor toma posse dos bens da vítima por ciúmes ou por controle, muitas vezes é velada como uma demonstração de amor. Precisamos falar sobre isso para não romantizar um comportamento violento. Em muitos casos, esse comportamento é o início de abusos que tendem a se agravar”.

Palavras fortes que representam a violência psicológica que mulheres sofrem fazem parte da campanha #Tambéméviolência. (Foto: Instagram)

Palavras fortes que representam a violência psicológica que mulheres sofrem fazem parte da campanha #Tambéméviolência. (Foto: Instagram)

A ONG convidou 40 mulheres, entre celebridades e ativistas pelos direitos das mulheres, para posarem exibindo frases com insultos que demonstram tipos de violência psicológica contra a mulher. As imagens estão sendo postadas nas redes sociais com a hashtag #tambéméviolência.

Em entrevista à revista Cláudia, a diretora Jurídica e Negócios da Artemis, Ana Lúcia Keunecke, disse que a campanha busca que “as pessoas entendam que chantagear uma mulher, manipulá-la, impedir que ela tenha acesso aos bens, todas essas atitudes também são violentas e estão contempladas na Lei Maria Penha”.

Para participar da campanha basta tirar uma foto sua com palavras que representam a causa para você no seu rosto (como nas fotos já divulgadas) e postar nas redes sociais com a hashtag #tambéméviolência. Compartilhe também o relato da sua experiência pessoal ou de alguém que você conhece. A campanha vai até o dia 10 de outubro, Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher.

Você conhece alguém que já sofreu em um relacionamento abusivo?