Quanto ao seu sono, você procura respeitar religiosamente essas horas ou costuma sacrificá-las de vez em quando? Pois saiba que dormir entre sete e oito horas por noite é fundamental para a saúde do seu corpo e, especialmente, do seu cérebro.
Quem atesta é um estudo do Instituto da Mente e Cérebro da Western University, no Canadá, divulgado recentemente.
Os voluntários fizeram anotações detalhadas sobre seu sono por três noites. Em seguida, participaram de uma série de testes de performance cognitiva para avaliar a atenção, memória, percepção, raciocínio, linguagem e pensamento. Resultado: quem dormiu entre sete e oito horas diárias se saiu melhor.
Além da enorme amostragem, outra vantagem dessa pesquisa foi permitir obter dados de noites de sono em condições normais, e não em laboratórios, como acontece na maioria dos estudos do tipo.
Não dormir envelhece
Também chama atenção o fato de muitas pessoas dormirem bem menos do que o recomendado: quase metade dos participantes disseram ter dormido 6,3 horas por noite.
As consequências desse déficit de sono são graves. A maioria dos que disseram ter dormido 4 horas ou menos por noite tiveram uma performance parecida com a de voluntários nove anos mais velhos.
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A capacidade de raciocínio e as habilidades verbais dos participantes foram as mais afetadas pelo sono (ou falta dele). Já os testes de memória recente não tiveram alterações em pessoas que dormiram menos ou mais.
Uma curiosidade: aqueles que dormiram mais que o normal uma noite antes dos testes tiveram um desempenho melhor em relação àqueles que dormiram por oito horas ou menos.
Função do sono
Mas, afinal, por que precisamos dormir? “Não há uma função atribuída ao sono, mas várias, envolvendo atividades do sistema nervoso e endócrino, que são as mais conhecidas”, explica Luiz Silveira Menna Barreto, professor de neurociências, comportamento e cronobiologia da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP.
Sendo assim, o sono ajuda o corpo a se recuperar depois de um dia todo acordado e em atividade. Quanto menos sono, menos o corpo descansa – e problemas podem surgir.
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O professor Menna Barreto explica: “Os efeitos mais conhecidos são alterações comportamentais, falta de atenção, prejuízo da memória, irritabilidade”. Ou seja: o mau humor depois de uma noite mal dormida ou aquela distração no meio do dia têm fundamento.
E nem adianta tentar dormir a mais no dia seguinte para compensar as horas de sono perdidas. “É possível recuperar se for de um ou dois dias para o outro, mas, passando de três dias, parece não haver reposição do sono perdido”, explica.
Suas horas de sono são suficientes?
Vale notar que, embora o indicado seja de sete a oito horas de sono por dia, essa quantidade pode variar. “Esse é um valor médio”, diz Menna Barreto. “As durações mudam com a idade. Diminuem ao longo da infância, aumentam na adolescência e volta ser menos na velhice”, explica.
*Colaborou Vanessa Zampronho